postado em 11/07/2008 15:38
O presidente da Vale, Roger Agnelli, minimizou nesta sexta-feira (14/07) a queda da cotação das ações da empresa no mercado. Segundo ele, o preço mais baixo pode atrair mais investidores. A mineradora está fazendo emissão global de ações, buscando capitalizar o plano de investimentos da companhia.
"Nós já fixamos a quantidade de ações. A meta, o objetivo era chegar até US$ 15 bilhões. A gente quer fazer a colocação dessas ações com tranquilidade. A Valepar está companhando o aumento de capital, vários outros acionistas querem acompanhar o aumento de capital. A questão do preço atual pode atrair mais investidores, mas o atual investidor exercendo não vai ser diluído. Então, o preço passa a ser quase irrelevante", afirmou.
O executivo voltou de uma temporada de road shows, na qual mostrou a investidores as vantagens de se aportar recursos na Vale. Segundo ele, a audiência dessas reuniões foi muito grande, e ficou dentro das expectativas traçadas pela empresa.
Agnelli afirmou ainda que o mercado tem apresentado volatilidade muito elevada, em função de muitas incertezas, principalmente na economia americana e nos sistemas finaceiros, tanto o americano quanto o europeu.
A Vale firmou termo de compromisso com o ministério do Meio Ambiente, no qual se compromete a vender minério de ferro para produtores de ferro gusa que utilizem apenas madeira e carvão certificados na cadeia produtiva. A empresa também lançou o prêmio "Brasileiro Imortal", no qual serão escolhidos seis brasileiros que batizarão seis novas espécies botânicas descobertas na reserva natural da mineradora, situada em Linhares (ES) O acordo foi assinado um dia depois de o Ibama multar a empresa em mais de R$ 5 milhões por venda de madeira ilegal, no Pará. Roger Agnelli disse que houve um erro técnico da empresa, que calculou venda de 11 mil metros cúbicos de vegetação, quando na verdade, foram retirados 2,7 mil metros cúbicos. Ele informou que a Vale está investigando o motivo do erro, e que dois técnicos já foram demitidos. Agnelli admitiu que possa ter havido roubo da madeira extraída.
"Isso é contra as regras da companhia. Ali tem tráfico ilegal de madeira. Mas a área desmatada, que é pequena, vai ser replantada", comentou.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc afirmou que o episódio mostra que o ministério atua de forma independente, já que o acordo com a mineradora não impediu o Ibama de multá-la.