postado em 11/07/2008 17:14
As ações da duas empresas de Eike Batista negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caem forte nesta sexta-feira (11/07), após operação da Polícia Federal para apurar suposta fraude em licitação envolvendo os negócios do empresário na concessão da estrada de ferro do Amapá.
Às 16h30 (horário de Brasília), as ações ordinárias da empresa do ramo petrolífero OGX caiam 10,62% - terceira mais negociada na Bolsa hoje. Já as ordinárias da empresa do ramo da mineração e alvo da operação Toque de Midas da PF, a MMX, recuavam 9,2%.
Segundo informações da PF, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão no Amapá, em Minas Gerais, no Pará e no Rio de Janeiro. As investigações apontam para o ajuste prévio de cláusulas favoráveis às empresas no esquema no processo de licitação, principalmente no que se refere à habilitação dos participantes no procedimento.
A empresa que detém a licitação da ferrovia é a MMX Logística do Amapá Ltda., o braço logístico da MMX Amapá. A empresa é subsidiária da mineradora MMX, que por sua vez faz parte do grupo EBX, sob controle de Eike Batista.
A investigação também apura possível desvio de ouro lavrado nas minas do interior do Estado. Há suspeitas de que o minério não esteja sendo totalmente declarado perante os órgãos arrecadadores de tributos, principalmente a Receita Federal.
Operação
Policiais federais passaram seis horas e meia dentro do escritório da empresa MMX, do empresário Eike Batista, na praia do Flamengo (zona sul do Rio), nesta sexta-feira. Eles cumpriram três mandados de busca e apreensão. Mais cedo, os policiais foram também na casa do empresário, no Jardim Botânico (zona sul do Rio). Em quatro carros, 20 policiais federais chegaram por volta das 9h no escritório da MMX na praia do Flamengo. Saíram de lá às 15h30 carregando um malote com documentos e HDs de computadores do escritório. A empresa ainda não se manifestou sobre os mandados. Na casa de Eike, no bairro do Jardim Botânico, os policiais ficaram por cerca de duas horas para cumprir outro mandado de busca e apreensão. A Polícia Federal não informou o que foi levado da casa do empresário, onde os policiais chegaram por volta das 10h e saíram antes do meio-dia. O empresário.
Conglomerado empresarial
O empresário Eike Batista, 50, é o controlador do grupo EBX. O conglomerado empresarial criado por ele inclui atividades como as de mineração, energia, imobiliário, fontes renováveis e entretenimento.
As duas empresas do grupo com maior destaque são a petrolífera OGX - que, mesmo sem ainda ter entrado em operação, teve uma das aberturas de capital mais bem-sucedidas do ano na Bovespa - e a mineradora MMX, envolvida na operação da PF.
Filho do também empresário Eliezer Batista, ex-presidente da Vale do Rio Doce, Eike Batista é conhecido por seu apetite ao risco quando lança novos empreendimentos. Depois de falhar em algumas delas - como na criação de empresas de cosméticos e de encomendas expressas e de uma tentativa de levantar uma siderúrgica na Bolívia -, Eike emplacou a OGX e a MMX.
Eike é hoje um dos homens mais ricos do Brasil, com uma fortuna pessoal avaliada por ele mesmo em mais de US$ 16 bilhões. Além de empresário bem-sucedido, Eike Batista ficou conhecido por ter sido marido da modelo Luma de Oliveira por 13 anos -de 1991 a 2004.