postado em 12/07/2008 09:12
O poder de compra dos brasileiros com mais de 60 anos está cada vez menor. O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), divulgado nesta sexta-feira (11/07) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou uma alta de 4,05% no primeiro semestre ante 2,77% do mesmo período de 2007. A inflação dos mais velhos ficou bem acima de índices nacionais como IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que foi de 3,84%, e IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que atingiu 3,64%. Em 12 meses, a alta chega a 6,36%. A perspectiva é de que esses números continuem pressionados nos próximos trimestres.
O coordenador da pesquisa da FGV, André Braz, explicou que, assim como a população de menor renda (até 2,5 salários mínimos), os idosos sofrem na pele a disparada, no semestre, dos preços dos alimentos (2,77% a 4,05%) e saúde e cuidados especiais (2,80% para 3,34%) ; inclui remédios. Além disso, houve uma forte alta no item educação, leitura e recreação, que subiu de 0,16% para 4,84% na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o de 2007, por conta da disparada dos preços das passagens aéreas. Somente no segundo trimestre deste ano, o IPC-3i foi 2,65%, a maior taxa desde março de 2003 (5,28%).
Também puxaram o índice as despesas relacionadas à saúde e cuidados pessoais (1,15% para 2,17%), vestuário (-1,13% para 2,65%), transportes (0,13% para 0,65%) e habitação (0,84% para 0,95%). Os itens que mais subiram foram medicamentos em geral (0,20% para 3,33%), roupas (-1,95% para 4,27%), combustíveis e lubrificantes (-0,45% para 1,31%) e gás de botijão(0,31% para 2,20%). Segundo Braz, o IPC-3i ainda será influenciado pela alta de custos de serviços na área de habitação. ;Tarifas de água e luz devem pressionar a inflação;, conta o coordenador, acrescentando que os preços da carne bovina continuarão pesando, de forma significativa, no índice.
Alívio temporário
Ainda ontem, a FGV divulgou que o IGP-M (Índice Geral de Preços ; Mercado) ; utilizado como base para reajuste do aluguel ; apresentou uma ligeira desaceleração. Na primeira prévia de julho, o indicador teve uma variação de 1,55% ante 1,97% do mesmo período do mês anterior. O primeiro decêndio do IGP-M compreendeu o intervalo entre 21 e 30 de junho.