postado em 12/07/2008 16:31
A paralisação dos petroleiros embarcados nas 42 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, planejada para ocorrer a partir de segunda-feira, pode provocar uma queda de 7,5 milhões de barris de petróleo na produção da estatal, caso a adesão seja total e a greve dure os cinco dias planejados inicialmente. A estimativa é do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). O cálculo considera a produção média de 1,5 milhão de barris de óleo por dia da Bacia de Campos, que representa aproximadamente 80% do total produzido no País
Duas mobilizações parciais de 72 horas já foram feitas por funcionários da Petrobras embarcados, mas em serviços que não afetam diretamente a produção de petróleo. Segundo o sindicato, as paradas ocorreram entre os dias 30 de junho e 2 de julho e entre os últimos dias 7 e 9, o que seria uma demonstração de que os petroleiros estariam propensos a aderir à greve programada para a próxima semana
Ontem, uma reunião realizada entre representantes do Sindipetro-NF, Petrobras e Ministério Público do Trabalho terminou sem acordo. Segundo o diretor de Comunicação do Sindipetro-NF, Marcos Breda, as partes se reuniram em busca de consenso para permitir uma produção mínima durante o período de greve, mas não houve sucesso
O impasse entre a empresa e o Sindipetro-NF refere-se à maneira como a companhia mede a jornada de trabalho dos petroleiros. O Sindipetro-NF pede o reconhecimento do dia de desembarque das plataformas como dia de trabalho. Hoje, os turnos na Bacia de Campos são de 14 dias de trabalho embarcado por 21 de folga. Como o primeiro dia de folga é praticamente perdido no transporte entre a plataforma e o continente, conforme argumentam os trabalhadores, o sindicato propõe uma mudança nos turnos para 15 dias trabalhados e 20 de folga, para efeitos de pagamento
A outra reivindicação dos trabalhadores, por um aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), é levada à estatal por meio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), pois trata-se de um pleito que tange os funcionários da companhia em todas as unidades no País. Na próxima terça-feira, a FUP decidirá se a greve será de alcance nacional
Ontem, em São Paulo, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a estatal está preparada para que uma eventual paralisação não afete o volume produzido. "Vamos montar um plano de contingência e exigir condição mínima para manter a produção", afirmou