postado em 14/07/2008 15:25
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) continua nesta segunda-feira (14/07) operando em terreno positivo, apesar dos desdobramentos da crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") já fazer os principais índices de Wall Street recuarem.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, aponta ganho de 1,29%, aos 61.921 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,67 bilhões, com cerca de 123 mil negócios realizados.
Já o dólar comercial é vendido a R$ 1,596, com baixa de 0,31%. Ao contrário dos últimos dias, o Banco Central fez no início da tarde o leilão de compra de dólares. A autoridade monetária comprou a moeda americana com taxa de corte de R$ 1,5974.
Boa parte da alta no Brasil é ancorada na alta das ações da Vale, da Petrobras e das principais siderúrgicas, como Usiminas, CSN e Gerdau. Todas aproveitam a alta dos preços das commodities verificada hoje. Entre elas, o maior ganho fica para as ações preferenciais da Vale (2,56%).
Outro destaque é o desempenho das ações da petrolífera OGX. Os papéis ordinários da empresa sobem quase 10%, rebatendo as perdas de sexta-feira causados pela repercussão da Operação Toque de Midas, da Polícia Federal, que tinha como alvo a mineradora MMX, que pertence ao grupo EBX, que também controla a petrolífera. Se a OGX se desvinculou do problema, o mesmo não ocorre com a mineradora, que aponta perda de 4,7% hoje.
O bom desempenho das ações mais negociadas da Bovespa faz com que a Bolsa paulista consiga se desvincular - pelo menos até agora - do mau desempenho das bolsas americanas.
Os investidores em Wall Street estão retraídos devido à instabilidade no preço do petróleo, às preocupações com os desempenhos corporativos do último trimestre e com o desdobramento da crise do "subprime".
O índice Dow Jones opera com perda de 0,51%, enquanto que o Nasdaq Composite apresenta queda de 1,24%.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em agosto é negociado a US$ 145,16, com leve alta de 0,05% sobre o fechamento de sexta-feira.
O dia começou positivo em Nova York devido ao anúncio de que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos tomarão medidas para ajudar as firmas hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie Mac, ao assegurarem que concederão fundos e créditos se necessário. Segundo o secretário do Tesouro, Henry Paulson, o órgão poderia inclusive comprar ações das duas empresas em crise se for necessário.
A falta de liquidez das duas gigantes do setor hipotecário vinha sendo o principal motivo de temor dos investidores quanto à saúde do setor financeiro americano, debilitado pela crise do crédito "subprime". Porém, a ajuda às duas empresas não diminuiu as preocupações com outros grandes bancos. Todos eles apresentam queda nas suas cotações.
O mercado ainda está preocupado com os resultados de grandes empresas que saem nesta semana. Entre elas estão Intel, Microsoft, Coca-Cola e Citigroup.
Outra notícia do dia é o anúncio do acordo para que a cervejaria belgo-brasileira InBev compre a concorrente americana Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser, por US$ 52 bilhões. Os papéis da Anheuser-Busch sobem cerca de 1%.