postado em 14/07/2008 19:14
O diretor de abastecimento e refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse nesta segunda-feira (14/07), no Rio de Janeiro, que a empresa tem estoque suficiente para garantir o abastecimento do mercado brasileiro caso a greve iniciada hoje pelos petroleiros cause mais prejuízos.
Segundo a estatal, a produção foi afetada em 7% com a greve, o que corresponde a redução de 136 mil barris/dia. Pela manhã, a empresa chegou a estimar queda de 16%. Costa afirmou ainda que a produção da estatal deverá estar normalizada até o fim desta segunda-feira, à medida em que as equipes de contingência assumirem as unidades de produção da Petrobras que pararam.
"Estamos com as equipes de contingência nas plataformas para retomar a produção no nível normal. Além disso, em termos de estoque, a Petrobras está preparada. Mesmo que tivéssemos uma conseqüência mais séria em termos de redução da produção, os estoques hoje teriam condições de atender a todo o mercado sem nenhuma restrição", afirmou em evento que comemora os 10 anos da Transpetro..
Segundo Costa, as principais plataformas com problema de produção foram a P-43 (Barracuda), P-47 (Marlim) e P-50 (Albacora). Segundo a estatal, das 38 unidades instaladas na bacia de Campos, duas estavam com a produção interrompida no início da tarde. As unidades de perfuração operam normalmente, segundo a companhia.
O diretor ressaltou ainda que a redução de 7% no nível da produção nacional, identificada durante o dia, não compromete o abastecimento do mercado interno.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) confirmou que as equipes de contingência da Petrobras estão assumindo a produção das plataformas. Segundo o diretor de comunicação, Marcos Breda, a orientação é que os trabalhadores dêem espaço às equipes e solicitem desembarque imediato. Ele alega, no entanto, que em algumas plataformas, a Petrobras está impedindo que alguns funcionários deixem o local.
Os grevistas querem que a Petrobras passe a considerar o dia de retorno das plataformas como uma das datas de trabalho. A escala dos petroleiros prevê 14 dias embarcado na unidade de produção, e outros 21 em casa.
Marcos Breda disse ainda que a Petrobras não procurou o comando grevista para negociar o pleito dos trabalhadores, e que a greve está mantida. Ele também contestou a capacidade de as equipes de contingência da Petrobras conseguirem manter o nível normal de produção da companhia, por serem menores.
As operações na Bacia de Campos são responsáveis por 84% de toda a produção nacional, de cerca de 1,9 milhão de barris de petróleo por dia. Lá, são produzidos pouco mais de 1,5 milhão de barris por dia de petróleo e 22 milhões de metros cúbicos por dia de gás.