postado em 15/07/2008 08:32
O governo da Rússia irá impor restrições temporárias sobre as importações de carne do Brasil a partir do dia 21 deste mês, devido à descoberta de substâncias proibidas no produto, informou nesta terça-feira (15/07) a agência russa de notícias RIA-Novosti.
Além da carne produzida no Brasil, também serão suspensas a partir do dia 21 as importações vindas da Argentina e da Austrália. Já a carne importada de algumas empresas da Dinamarca, França, Alemanha, Itália e Espanha serão suspensas a partir de hoje, segundo o Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária, na sigla em russo).
O órgão também informou que irá monitorar a carne de frango comprada de algumas empresas dos EUA, depois que testes mostraram a presença de metais pesados no produto.
O governo russo havia declarado recentemente que vinha considerando um embargo sobre todas as importações de carne acima das cotas atuais como medida para defender os produtores do país. Para este ano, a cota de importação é de 445 mil toneladas.
No último dia 2, a Rússia havia suspendido temporariamente as importações de carne bovina dos Estados de Goiás e Pernambuco - nesse caso, a interdição se deveu à detecção de casos de estomatite vesicular. Na divulgação de hoje, ainda não havia sido esclarecido se a interdição se aplicará à carne originária de alguma região brasileira específica.
O jornal russo "Vremya Novostei" informou no início do mês que o fornecimento de carne bovina do Brasil para a Rússia no ano passado ficou em 438 mil toneladas - 62% do total das importações do produto.
No fim de junho, a União Européia (UE) anunciou que irá permitir a importação de carne de mais regiões do Brasil. "Recentemente, as autoridades competentes do Brasil, da Argentina e do Paraguai fizeram esforços consideráveis para melhorar a situação da saúde de seus rebanhos em seus respectivos países e em particular no que diz respeito à febre aftosa", informou a Comissão Européia (o órgão executivo da UE).
Com isso, os estados do Paraná e São Paulo voltarão a exportar carne bovina in natura para a UE, segundo o Ministério da Agricultura. A habilitação é conseqüência do reconhecimento dado aos dois estados como áreas livres de febre aftosa com vacinação, pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), no final de maio. Além desses dois estados, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal voltaram a ter em maio o reconhecimento vigente até 2005, quando foram diagnosticados eventos sanitários no Mato Grosso do Sul e Paraná.