postado em 15/07/2008 10:30
Cerca de 300 funcionários da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regula o mercado de capitais no Brasil, estão com os braços cruzados nesta terça-feira (15/07) para protestar contra a mudança na forma do pagamento dos salários. Segundo o SindCVM, sindicato dos funcionários da CVM, a greve temporária termina amanhã e na quinta-feira a categoria irá realizar uma assembléia para avaliar a paralisação.
Com cerca de 500 funcionários no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a CVM é ligada ao Ministério da Fazenda. Segundo o presidente do SindCVM, Léo Mello, caso o governo não negocie com a categoria, poderá ser deflagrada uma greve por tempo indeterminado. Mello afirmou que um terços dos funcionários estão em seus postos de trabalho em "operação padrão", para cumprir a lei de greve e atender as necessidades mínimas de funcionamento do órgão.
Os trabalhadores reivindicam o cumprimento de um acordo com o governo, assinado em 12 de junho deste ano, que trata do reajuste salarial, a ser concedido em três parcelas, até julho de 2010, e remuneração sob a forma de subsídio, atingindo, ao final, 95% dos valores concedidos à Receita Federal. "A nossa reivindicação é uma equivalência [salarial] histórica que sempre tivemos com os servidores da Receita Federal e do Banco Central", afirmou Mello.
Em comunicado ao mercado, a direção da CVM afirmou apenas que "a autarquia aguarda posicionamento sobre a questão das esferas do governo que têm poder decisão e não deixará de cumprir suas atividades de rotina". De acordo com o SindCVM, os servidores da autarquia são responsáveis pela regulação e fiscalização de um mercado de capitais avaliado em R$ 2,5 trilhões, equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 2007, da terceira maior bolsa de valores e futuros do mundo, além de mais de 8 mil fundos de investimento, com patrimônio líquido superior a R$ 1,2 trilhão.