Economia

Alta de preço dos alimentos impulsiona receitas de supermercados

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postado em 15/07/2008 11:59
A alta dos alimentos teve influência no resultado da receita nominal do setor de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta terça-feira (15/07) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta de 22,3% verificada em maio, na comparação com mesmo período no ano anterior, é a segunda maior da série, atrás apenas dos 24,75% constatados em abril de 2003, quando a inflação também estava mais elevada. "Há influência da inflação sobre esse resultado, mas deve-se atentar que a receita tem, além desse fator, o volume como componente decisivo", afirmou o responsável pela pesquisa, Reinaldo Silva Pereira. Em abril, a receita nominal de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios havia aumentado 11,2% ante igual período em 2007. O volume de vendas do setor cresceu em ritmo menor, o que pode indicar que a inflação foi mesmo determinante para que os supermercados tivessem em maio o maior incremento de receita em cinco anos. O setor teve 8,4% de expansão das vendas em relação a maio de 2007, recuperando o fraco desempenho de abril (0,5% a mais do que o verificado em abril de 2007). Pereira avaliou que o resultado das vendas do comércio em maio -- alta de 0,6% sobre abril e de 10,5% em relação a maio de 2007 -- mostra que houve uma "leve retomada" do patamar de crescimento que foi verificado no primeiro trimestre deste ano. O resultado do setor de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios, que representa 40% do total, mostra que a desaceleração verificada no mês anterior teve como principal causa o calendário, que neste ano, teve a Páscoa em março, e não em abril, como no ano passado. "A inflação também influenciou o resultado de abril, mas em menor escala. Ainda não é possível determinar o peso da alta dos preços em maio, já que o Dia das Mães tem um efeito muito positivo", observou Pereira. Se o efeito da inflação ainda é incerto sobre o resultado do comércio, a alta dos juros ainda não vem influenciando as vendas de setores mais dependentes do crédito, analisou Pereira. Apesar de as vendas de móveis e eletrodomésticos terem desacelerado, o economista do IBGE disse que o resultado ainda está em patamar elevado, semelhante ao verificado no início do ano. Em relação a abril, as vendas desse setor cresceram 0,4%, ante 0,5% verificados no mês anterior, na mesma base de comparação. Já em relação a maio de 2007, houve incremento de 16,1%, abaixo dos 27,8% constatados em abril, em comparação com igual período do ano anterior. "Houve um pico em abril, e agora o setor voltou ao patamar anterior. Ainda não se pode dizer que isso ocorreu em função de uma retração do crédito", comentou Pereira. Ele destacou ainda que a tendência é que as vendas do comércio ainda continuem aumentando. Para Pereira, aparentemente, não há grandes efeitos ainda da inflação, e o aumento da renda e do crédito continuam exercendo forte influência sobre os resultados do comércio. "Teremos ainda o aumento do Bolsa-Família, que deverá dar um gás a mais. É um dado significativo", destacou.

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