Economia

Petróleo fecha em queda, cotado a US$ 138,74

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postado em 15/07/2008 16:19
O preço do petróleo encerrou a rodada de negócios desta terça-feira (15/07) em baixa. Durante o dia o barril chegou a atingir um pico de US$ 146,73, mas caiu depois para um mínimo de US$ 135,92. O preço da commodity despencou devido à preocupação dos investidores sobre a economia americana --com a economia dos EUA fraca, a tendência é de queda na demanda do produto. O barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), fechou cotado a US$ 138,74 - baixa de 4,43%. Setor hipotecário Os investidores americanos temem que a atual situação das duas maiores empresas do setor hipotecário americano, a Fannie Mae e a Freddie Mac, acabe por afetar ainda mais a economia do país. A crise hipotecária nos EUA, desde seu início em agosto do ano passado, já provocou perdas de bilhões de dólares tanto para as empresas do setor imobiliário como para os bancos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu de uma expansão de 4,9% no quarto trimestre do ano passado para avanço de apenas 1% no primeiro trimestre deste ano. Para o segundo trimestre, as expectativas não são otimistas. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Departamento do Tesouro disseram neste domingo que irão conceder a ambas fundos e créditos se necessário, mas permanece o temor de que nem a ajuda será suficiente para evitar perdas expressivas. As duas empresas têm cerca de US$ 5 trilhões em débitos assegurados. Se as duas empresas ficarem impedidas de obter novos empréstimos - devido ao temor de que caiam em "default" (inadimplência) -, ficariam impedidas também de adquirir hipotecas de outras companhias do setor. Desse modo, ficaria ainda mais difícil para futuros compradores de imóveis residenciais obter financiamentos, levando a uma paralisia ainda mais grave do mercado imobiliário americano. 'Inúmeras dificuldades' O presidente do Fed, Ben Bernanke, disse hoje ao Congresso que a economia dos EUA está diante de "inúmeras dificuldades". Segundo ele, os riscos para a economia estão na turbulência financeira, a queda dos preços dos imóveis, um mercado de trabalho fraco e a alta dos preços da energia e dos alimentos. Bernanke disse que a economia deve crescer "a um ritmo bastante menor que sua taxa normal". Bernanke avaliou que o mercado imobiliário deve permanecer fraco e os gastos dos consumidores devem ter uma diminuição. Nos próximos dois anos, a economia deve melhorar "gradualmente" devido a uma lenta recuperação do mercado imobiliário e a uma melhora gradual nas condições de crédito --mas lembrou da "considerável incerteza" sobre esse cenário. Desvalorização do dólar e reservas Outro fator que afeta os preços da commodity é a desvalorização do dólar diante do euro, que atingiu hoje um novo recorde, chegando a ser negociado a US$ 1,6038. O recorde anterior do euro era de US$ 1,6019, alcançado no dia 22 de abril. Em Frankfurt a moeda encerrou o dia cotada a US$ 1,5930. O BCE (Banco Central Europeu) fixou o câmbio oficial do euro em US$ 1,5990. Também causam preocupação os riscos ao fornecimento mundial, devido à tensão entre Israel e Irã sobre o programa nuclear iraniano, os ataques de grupos armados contra instalações petrolíferas na Nigéria e a greve da Petrobras no Brasil. A Petrobras informou hoje --segundo dia de greve dos funcionários que atuam nas plataformas na Bacia de Campos-- que a produção de petróleo foi "totalmente normalizada". Ontem, equipes de contingência da estatal assumiram os postos de trabalho com movimento grevista. Segundo a estatal, das 38 unidades instaladas na bacia de Campos, duas chegaram a ficar com a produção interrompida. Ontem, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) orientou seus trabalhadores a dar espaço às equipes de contingência e solicitar desembarque imediato. Apesar disso, o sindicato alegou que a Petrobras estaria impedindo que alguns funcionários deixem o local. Os grevistas querem que a Petrobras passe a considerar o dia de retorno das plataformas como uma das datas de trabalho. A escala dos petroleiros prevê 14 dias embarcado na unidade de produção, e outros 21 em casa.

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