postado em 15/07/2008 18:51
A Frente Única dos Petroleiros (FUP) decidiu iniciar um movimento de alerta nas refinarias e terminais de distribuição da Petrobras nesta quinta e sexta-feira. Nestes dias, não haverá troca de turnos, ou seja, os trabalhadores não serão substituídos. Os sindicalistas decidiram não parar a produção nesses dias, mas decidirão, na semana que vem, se adotam tal postura. A possível greve seria estendida às plataformas de todo o país. Os trabalhadores pleiteiam maior participação nos lucros da Petrobras. O diretor da FUP, José Genivaldo Silva, disse que a estatal apenas determina o valor que os petroleiros vão receber.
"Queremos que a empresa discuta essa questão com a gente", afirmou, após plenária que decidiu pela greve de alerta no final desta semana. O movimento, segundo Silva, é também de apoio aos petroleiros das plataformas da bacia de Campos que estão em greve desde ontem.
A paralisação é liderada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que se reúne amanhã com representantes da Petrobras para discutir o pleito de considerar o dia de retorno das plataformas como dia de trabalho. Atualmente, a Petrobras considera esse dia como mais uma data de descanso. Os petroleiros ficam embarcados 14 dias e passam outros 21 em casa.
Diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel negou que a greve tenha fracassado, apesar de a Petrobras ter conseguido normalizar a produção com equipes de contingência. Segundo ele, entre 0h e 5h de segunda-feira, a estatal chegou a deixar de produzir 500 mil barris/dia, em média.
Ele confirmou que as equipes de contingência da estatal conseguiram normalizar a produção, mas acusou a empresa de negligenciar questões de segurança. De acordo com Rangel, as plataformas operadas pelas equipes de contingência estão sem baleeiras e sem equipes de emergência.
O sindicalista disse ainda que o movimento não vai apresentar novo recurso acusando a Petrobras de cárcere privado porque a estatal já começou a liberar os funcionários, que segundo o sindicato, estavam sendo impedidos de desembarcar das unidades de produção.
Ele negou que a Justiça tivesse negado habeas corpus ao Sindipetro-NF pelo suposto cárcere privado. Segundo ele, o juiz se declarou inapto para decidir a questão.