postado em 15/07/2008 18:53
A Aerolíneas Argentinas, controlada pelo grupo espanhol Marsans, reconheceu nesta terça-feira (15/07) a existência de uma dívida superior a US$ 800 milhões, incluindo o passivo exigível (valor de recursos de terceiros) de US$ 240 milhões, ante o juiz que estuda a intervenção pedida pelo governo argentino e sindicatos.
Até agora, a Marsans havia sustentado que a companhia tem dívidas exigíveis de US$ 240 milhões, enquanto o governo informava a cifra do passivo total. O juiz comercial Jorge Sicoli escutou e interrogou durante cinco horas os representantes das partes envolvidas, com o objetivo de decidir se intervém na empresa.
Assistiram à audiência, mas não participaram, os advogados de credores argentinos e espanhóis que tem denunciado a Marsans de uma milionária fraude ao fisco espanhol ao tomar o controle da Aerolíneas Argentinas.
O governo e os sindicatos se declararam satisfeitos com a reunião desta terça-feira, enquanto o presidente da Aerolíneas Argentinas, Horacio Fargosi, se limitou a dizer que a audiência "foi boa em seu desenrolar".
O importante é que a Marsans reconheceu um passivo de mais de US$ 800 milhões, que inclui o passível exigível de US$ 240 milhões", destacou o secretário argentino de Transportes, Ricardo Jaime.
Ele afirmou que o governo está à espera "do que decida" o juiz Sicoli e evitou comentários sobre as gestões com o grupo Marsans para acordar sua saída da Aerolíneas Argentinas e da subsidiária de vôos domésticos Austral. "Foi uma audiência muito esclarecedora, cada um expôs seu ponto de vista. A empresa reconheceu suas dívidas e ficou claro que a situação da Aerolíneas é muito séria", disse Jorge Pérez Tamayo, líder do sindicato de pilotos (APLA).
"Reconheceram que há sobre venda de passagens e uma situação de asfixia econômica e financeira, como tínhamos dito", acrescentos o sindicalista.