postado em 16/07/2008 08:47
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu para 2% em julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em junho, o índice havia registrado alta de 1,96%. Trata-se da maior taxa de inflação nesse tipo de indicador desde fevereiro de 2003, quando o IGP-10 apresentou elevação de 2,42%. A informação tem como base tabela contendo a série histórica do indicador, fornecida pela FGV em divulgações anteriores do índice.
A metodologia aplicada na apuração do IGP-10 é a mesma do IGP-M e do IGP-DI - usados no reajuste, por exemplo, de contratos de aluguel -, também apurados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
O IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu 2,54% neste mês, contra alta de 2,21% em junho. Os Bens Finais desaceleraram, de de 1,65% em junho para 0,66% em julho, com destaque para o subgrupo alimentos in natura (de 8,03% para 1,11%). Excluídos os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, a alta foi de 0,58%, contra 1,08% um mês antes.
O índice do grupo Bens Intermediários subiu 2,60% neste mês, contra 2,36% em junho. O destaque foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 1,20% passou para 2,20%). Excluído o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, a alta foi de 2,50%, contra 2,02% um mês antes.
O índice de Matérias-Primas Brutas subiu de 2,64% em junho para 4,54% em julho, com destaque para soja em grão (de 1,33% para 12,88%), bovinos (de 5,90% para 11,15%) e milho em grão (de -2,93% para 6,93%). Já os itens arroz em casca (de 13,22% para -4,31%), minério de ferro (de 11,29% para -1,01%) e tomate (de 10,48% para 2,64%) subiram.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) desacelerou para uma alta de 0,65% em julho, contra 0,93% em junho. O destaque foi o grupo Alimentação (de 2,40% para 1,56%), com os itens hortaliças e legumes (10,28% para -1,42%), panificados e biscoitos (4,30% para 0,86%) e massas e farinhas (3,84% para 1,20%).
Também contribuíram para a desaceleração do índice os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,54% para 0,23%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,72% para 0,56%), Transportes (0,14% para 0,11%), Habitação (0,32% para 0,30%) e Vestuário (0,16% para 0,15%), com destaques para passagem aérea (10,78% para 0,92%), artigos de higiene e cuidados pessoais (1,02% para 0,79%), óleo diesel (6,23% para 2,06%), gás de bujão (1,74% para 0,28%) e calçados infantis (1,26% para -2,55%).
O grupo Despesas Diversas (0,11% para 0,33%) foi o único a apresentar alta, com destaque para o item mensalidade para TV por assinatura (-0,48% para 0,66%).
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou em julho taxa de variação de 1,50%, abaixo do resultado do mês anterior, de 2,66%. A taxa do grupo Materiais recuou de 1,83% para 1,61%. O grupo Mão-de-Obra também desacelerou de 3,69% em junho para 1,40% em julho. Foram decrescentes os impactos dos reajustes salariais nas cidades de Goiânia e São Paulo e crescentes em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Apenas o grupo Serviços teve sua taxa de variação elevada, de 1,40% em junho para 1,48% em julho.