Economia

Bolsa aproveita dia positivo nos EUA e fecha em alta

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postado em 16/07/2008 17:43
Em um dia surpreendentemente tranqüilo em meio à atual crise econômica nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão de hoje em alta. Notícias positivas sobre o setor bancário - em especial o resultado trimestral do Wells Fargo, o quinto maior banco americano - e a forte queda do preço do petróleo deixou o mercado americano aquecido, o que repercutiu aqui. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, voltou a passar do patamar dos 62 mil pontos ao fechar com ganho de 1,71%, aos 62.056 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,75 bilhões, com cerca de 257 mil negócios realizados. O dólar comercial subiu 0,56%, vendido a R$ 1,596. O mercado local se manteve atrelado durante todo o dia ao desempenho em Wall Street, onde o índice Dow Jones sobe 2,52%, enquanto que o Nasdaq Composite avança 3,12%. "O dia foi muito tranqüilo, ajudado pelos americanos. Os investidores aproveitaram para voltar ao mercado", disse Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora. O resultado melhor que o esperado do Wells Fargo fizeram os investidores americanos ficarem menos preocupados com os desdobramentos da crise do crédito "subprime" (de alto risco). O quinto maior banco dos EUA obteve lucro de US$ 1,75 bilhão no segundo trimestre de 2008 --22% a menos do que no mesmo período do ano passado. Apesar da queda, o balanço foi visto como positivo porque o lucro por ação, de US$ 0,53, ficou acima dos US$ 0,50 esperados pelos analistas. O preço do petróleo em queda também colaborou para o bom humor. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em agosto recuou 2,98%, para US$ 134,60. A cotação da commodity foi pressionada para baixo devido ao aumento das reservas semanais - que subiram em 3 milhões de barris, contra uma expectativa de queda de 3 milhões de barris. O dado é positivo porque o petróleo é um dos principais motivos para a alta da inflação. No Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho, por exemplo, os preços da energia subiram 6,6%, sendo determinante para que o índice geral subisse 1,1%. Foi o maior avanço mensal desde junho de 1982. O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Ben Bernanke, falou sobre o assunto hoje. Ele disse que a inflação nos EUA está "muito alta" e reafirmou que a meta do banco é garantir a estabilidade de preços. Em seguida, foi a vez o presidente George W. Bush fazer um pronunciamento com tom semelhante. Blue chips em baixa O Ibovespa só não subiu mais hoje porque as "blue chips" (ações mais líquidas) fecharam em queda. Os papéis da Petrobras, por exemplo, perderam 2,29% (ordinárias) e 2,34% (preferenciais) - as duas estão entre as maiores perdas entre as ações listadas no Ibovespa. O mesmo ocorreu com as ações da Vale. Segundo Bandeira, os papéis das duas empresas caíram por motivos específicos: a mineradora devido a uma correção de preços após a oferta de ações promovida pela empresa e a petrolífera devido à forte queda do preço do petróleo. As ações da Vale e da Petrobras responderam hoje por mais de 40% da movimentação do mercado à vista da Bovespa, o que dá uma visão mais clara do efeito que esses papéis têm sobre o desempenho geral da Bolsa paulista. Na outra ponta, empresas que têm no petróleo um item importante de custo tiveram em forte alta hoje. Foram os casos, por exemplo, das ações preferenciais das companhias aéreas Gol (9,59%) e TAM (9,21%). Mas quem sustentou os ganhos foram as ações dos bancos. Os papéis de Bradesco, Itaú e Unibanco, os três maiores bancos privados do país, fecharam com altas entre 6% e 9%. "O mercado já espera aumento dos lucros com a alta dos juros e dos spreads", explicou Bandeira.

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