postado em 16/07/2008 21:20
A volta ao Brasil do ex-banqueiro Salvatore Caccciola, prevista para ocorrer nesta quinta-feira (17/07), indica o avanço do Estado brasileiro no combate aos criminosos, segundo afirmou nesta quarta (16/07) o ministro da Justiça, Tarso Genro.
;Mostra que a Justiça brasileira pode demorar um pouco, mas ela não falha, e isso significa que a impunidade no Brasil está terminando. O Brasil teve confiabilidade para fazer técnica e politicamente uma extradição de um país, que não que ter o prestígio de praça de proteção para condenados de outro país;, ressaltou Tarso, ao se referir ao deferimento pelo Principado de Mônaco do pedido de extradição de Cacciola, feito pelo governo brasileiro.
O ministro também minimizou a importância do perfil do extraditado diante do fato. ;Para nós interessa muito pouco quem é ele, qual o seu passado e suas relações políticas. O senhor Cacciola está voltando porque é um condenado da Justiça brasileira;, disse Tarso.
Cacciola foi preso em junho de 2000, em um spa no Rio Grande do Sul e levado para o Rio de Janeiro, ficando 37 dias preso, mas fugiu, ao conseguir um habeas corpus do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal.Cacciola foi condenado no Brasil, em 2005, à revelia, a 13 anos de prisão pelo crime de desvio de dinheiro público e de gestão fraudulenta. Ele foi preso no principado de Mônaco em setembro de 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu o mandado.
Tarso ainda comentou o pedido dos advogados de Cacciola ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), para que o ex-banqueiro, ao chegar no Brasil, não seja algemado ou transportado na parte de trás de um camburão policial.
;Não expor deliberadamente o custodiado já é uma recomendação nossa. Em relação às algemas, o agente que cumpre o mandado de custódia deve resolver, com base na segurança, independente da condição de classe da pessoa. Mas se o STJ disser que ele (Cacciola) não pode ser algemado o agente vai cumprir o que for determinado", disse Tarso Genro.