postado em 17/07/2008 14:13
O petróleo encerrou a trégua, após queda de mais de US$ 10 nos dois últimos dias, e o preço voltou a subir nesta quinta-feira (17/07) em Nova York. Os temores sobre os efeitos da inflação sobre a demanda do petróleo e os dados sobre o aumento dos estoques nos Estados Unidos cederam espaço nas atenções dos investidores aos possíveis prejuízos no fornecimento da Nigéria e ao enfraquecimento do dólar.
Com o cenário desta quinta-feira, muitos investidores voltaram a apostar no petróleo. Às 12h08 (horário de Brasília), na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o barril do petróleo para entrega em agosto era negociado a US$ 136,30, em alta de 1,26% sobre o fechamento anterior (US$ 134,60).
Um ataque a um oleoduto na Nigéria - oitavo maior exportador de petróleo do mundo - interrompeu a produção de 20 mil barris por dia. Por sua vez, o euro foi cotado em Frankfurt a US$ 1,587 ante US$ 1,583 de ontem.
A cotação do petróleo em NY, no entanto, já esteve no campo negativo nesta quinta-feira, ainda sob o impacto da possível redução do consumo nos Estados Unidos e da divulgação dos estoques de petróleo do país pelo Departamento de Energia. O barril na Nymex chegou a ser cotado hoje a US$ 133,02 (valor mínimo). O máximo foi US$ 136,75.
Segundo o Departamento de Energia dos EUA, o estoque americano de petróleo cresceu em 3 milhões de barris na semana passada, contra uma expectativa de queda de 3 milhões de barris, segundo analistas. As reservas de gasolina do país, por sua vez, cresceram em 2,4 milhões de barris, contra uma previsão de queda de 1,1 milhão de barris.
Ontem (16), o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, manifestou preocupação com o impacto das altas de preços sobre os americanos, segundo informou a Casa Branca após a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) referente a junho - que mostrou alta de 1,1%, maior avanço desde setembro de 2005.
"O presidente está muito preocupado com o impacto que os altos preços estão exercendo sobre os americanos, principalmente aqueles que recebem baixos salários", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. "Temos confiança no compromisso do presidente [do Federal Reserve, o BC americano] Ben Bernanke tanto com o crescimento econômico e em manter a inflação sob controle", afirmou. Bernanke, por sua vez, disse hoje ao Comitê de Serviços Financeiros da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) que a inflação nos EUA está "muito alta" e reafirmou que a meta do banco é garantir a estabilidade de preços.