Economia

Petróleo mantém queda e fecha abaixo de US$ 130

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postado em 17/07/2008 17:41
O preço do petróleo fechou nesta quinta-feira (17/07) abaixo dos US$ 130, o que não ocorria desde maio, afetado pela venda expressiva de contratos futuros de gás natural. A preocupação dos investidores sobre a economia americana também afetou as cotações. O barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), estava cotado a US$ 129,29 (baixa de 3,94%). O valor máximo atingido pelo barril hoje foi de US$ 136,75. "O mercado está agindo de modo muito diferente do que se viu ao longo de toda essa temporada de altas", disse o presidente da Liberty Trading Group e do site OptionSellers.com, James Cordier. "Acho que é porque os fundamentos do mercado estão finalmente mudando de extremamente favoráveis para levemente desfavoráveis. Mas 'levemente desfavoráveis' é o suficiente para inverter o mercado." Os contratos futuros de gás natural para entrega em agosto chegaram a cair hoje 8,2% - maior recuo em quase um ano (a maior queda antes da de hoje foi registrada em 20 de agosto do ano passado, 13,8%). Segundo a Administração de Informações sobre Energia, divisão do Departamento de Energia dos EUA, os estoques do produto estão em níveis considerados adequados, o que afasta o temor de escassez. A queda no preço do gás natural foi vista, no entanto, como mais um sinal de redução da demanda nos EUA devido à desaceleração da economia - o que acabou por refletir também no preço do petróleo. Com o recuo de hoje, o preço da commodity já recuou mais de US$ 17 em relação ao recorde atingido na sexta-feira (11/07), US$ 147,27. O preço vinha subindo afetado pela tensão entre Israel e Irã, devido ao programa nuclear deste último. O jornalista e líder pacifista Uri Avnery disse nesta terça-feira à BBC Brasil que uma eventual guerra entre os dois países poderia gerar, entre outros efeitos, uma disparada dos preços do petróleo e uma crise econômica global. Líderes dos dois países vinham trocando declarações hostis desde o mês passado quando o diário americano "The New York Times" publicou uma reportagem em que diz que autoridades norte-americanas informaram sobre um amplo exercício militar realizado por Israel, que pareceu ser o ensaio para um possível ataque a bomba contra as instalações nucleares do Irã. O diário britânico "The Guardian" informou hoje que os Estados Unidos planejam estabelecer uma presença diplomática no Irã pela primeira vez em quase 30 anos, devido à mudança de direção na política do presidente norte-americano, George W. Bush, em relação ao país persa. Os dois países romperam relações diplomáticas após a revolução islâmica de 1979 no Irã, que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlevi, que contava com o apoio americano. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta semana que não era contra a abertura de uma missão americana em seu país, e que consideraria favoravelmente qualquer pedido para estimular as relações entre as duas nações. Com a divulgação do relatório de reservas de petróleo americanas ontem, o preço passou a recuar - ontem, já havia atingido um mínimo de US$ 132. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, o estoque americano de petróleo cresceu em 3 milhões de barris na semana passada, contra uma expectativa de queda de 3 milhões de barris, segundo analistas. As reservas de gasolina do país, por sua vez, cresceram em 2,4 milhões de barris, contra uma previsão de queda de 1,1 milhão de barris. A notícia de que instalações da Agip - unidade da empresa italiana Eni-- na Nigéria sofreram ataques de grupos armados não chegou a mexer com o mercado. A empresa informou, por sua vez, que devido a um defeito nas instalações, a produção foi interrompida temporariamente.

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