Economia

Cesta de férias fica 18% mais cara desde 2005

Preços de produtos como sanduíches e sorvetes elevaram inflação do lazer em Brasília. Passagens aéreas também puxaram o IPC

postado em 18/07/2008 08:45
Os alimentos não são os únicos vilões da inflação. Por conta dos reajustes de preços, sair de férias está 6,41% mais caro este ano que em julho de 2007, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para Brasília. Desde 2005, a cesta de férias subiu 18,43%. As maiores altas foram verificadas nos refrigerantes, sorvetes e sanduíches. Passagens aéreas e serviços de reparos em automóveis também puxaram o indicador para cima. Em alguns casos, o aumento é uma conseqüência da demanda crescente por esses serviços e produtos nesta época do ano. Em outros, como os lanches e refeições fora de casa, além da procura maior há a disparada dos custos. ;Esses reajustes estão muito relacionados ao aumento dos preços dos alimentos em geral neste ano;, explica André Braz, coordenador do IPC na FGV. A alta dos custos nas praças de alimentação de shopping centers e nas lanchonetes espalhadas por Brasília, no entanto, não provocou impacto na procura pelas guloseimas preferidas dos adolescentes. A alta de 24,63% do sanduíche, por exemplo, apesar de incomodar o consumidor, não o impediu de comer o produto. ;Ano passado, era possível comprar um lanche por R$ 10, hoje não;, afirma a estudante de ensino médio Gabriela Luz, 17 anos. Mesmo com preços mais puxados, a garota e a amiga Ana Clara Mourão, 17, saem para lanchar todo fim de semana. Gastam, em média, R$ 15 cada uma. No fim do mês, as despesas com sanduíches chegam a aproximadamente R$ 70. ;Sem dúvida o preço subiu muito. Não arrisco dizer quanto foi o aumento, mas estou gastando mais neste ano do que no anterior;, reclama Ana Clara, estudante de economia. A alta dos alimentos também atingiu quem gosta de cinema. Consumidores habituados a se sentar na grande sala com um saco de pipoca na mão estão tendo de mudar os costumes. ;É muito caro. Eu prefiro comprar um copo de refrigerante e um saco de amendoim;, explica a pedagoga Elisa Maia, 23. A pipoca subiu por conta da alta do milho que, segundo o Índice de Preços por Atacado (IPA), aumentou 6,93% de junho a julho. Para os amantes da sétima arte, uma boa notícia é a redução acumulada de 3,73% no preço dos ingressos entre julho do ano passado e junho de 2008. Apesar dos indicadores demonstrarem a queda, Elisa, que gasta R$ 45 por mês com os tíquetes de cinema, garante não ter sentido isso no bolso. IPC-S Altas como a da pipoca, das passagens e dos lanches ajudam a puxar a inflação local. O avanço de 1,72% dos itens que integram o grupo educação, leitura e recreação favoreceu mais uma aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) em Brasília. O indicador, que no Brasil ficou em 0,69% na apuração de 15 de julho, foi de 0,95% na capital da República. As passagens aéreas aparecem como as maiores vilãs e subiram 10,68% na segunda semana deste mês.

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