postado em 18/07/2008 09:00
O jornal espanhol "El País" diz em uma reportagem na sua edição desta sexta-feira (18/07) que "não resta dúvida" de que o Brasil "é a menina bonita da América Latina".
"Seu crescimento econômico superou inclusive os objetivos estabelecidos pelo Plano de Aceleração do Crescimento [PAC]: 5,4% [crescimento registrado em 2007], quase dois pontos acima da média dos últimos anos", afirma o diário espanhol.
"A gestão de Lula, contra todos os prognósticos, soube conjugar a solução para os problemas sociais com uma estabilidade macroeconômica que é exemplo que tem sido seguido por muitos outros países da região", disse ao jornal o economista José Manuel Martínez.
A reportagem, intitulada A América Latina está vacinada contra a crise?, destaca que a região vem enfrentando o "tsunami econômico" em ótimas condições, graças ao crescimento dos últimos cinco anos. "Saber fazer os deveres de casa foi o primeiro obstáculo superado", diz o diário espanhol.
"Ou seja, a América Latina aprendeu com os erros do passado: antes a dependência do capital estrangeiro era crucial para o sustento dos países, qualquer susto afastava os investidores. Hoje, com uma crise sujo epicentro é o mundo desenvolvido, a situação é outra.".
Liderança brasileira
O jornal ainda cita que a postura firme dos bancos centrais da região também foi essencial para encarar esta época de incertezas. "Eles não esperaram para ver o que estava acontecendo nos mercados europeus. Brasil, Chile e México são claros exemplos de países em que, apesar dos altos e baixos, prevalece uma estabilidade macroeconômica".
O texto ainda destaca que as eleições ocorridas em oito países da região em 2006 também influenciaram para o atual situação econômica privilegiada.
"Se em termos políticos podemos falar em uma guinada para a esquerda na América Latina, o que na verdade deu frutos foi uma política econômica mais própria de uma esquerda pragmática, que tem sua principal liderança no governo brasileiro de Lula".
O jornal alerta, no entanto, que a região "agüenta as investidas do tsunami econômico enquanto fica de olho inflação, perigo que já desponta no horizonte e representa o maior risco para os países". "Nem o Brasil deve conseguir fugir da raia", afirma o "El País".