Economia

França não assina acordo sobre Doha nas atuais condições, diz Sarkozy

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postado em 24/07/2008 11:12
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta quinta-feira em Batz-sur-Mer, oeste da França, que não vai assinar o acordo de liberalização mundial do comércio negociado na Organização Mundial de Comércio (OMC) se este não for modificado. "A menos que seja modificado, não vamos ficar acordo com o que há sobre a mesa da OMC", declarou o chefe de Estado, presidente em exercício da União Européia (UE), num encontro com operários.As negociações de Genebra entre os sete grandes atores da OMC entraram numa fase difícil. Os responsáveis do comércio de Estados Unidos, União Européia, Índia, Brasil, Japão, Austrália e China tiveram discussões até quase 23h de quarta-feira (hora local) sob a coordenação do diretor da OMC, Pascal Lamy, para tentar chegar a um acordo sobre os principais pontos da Rodada Doha, iniciada há sete anos. "Nós ainda não chegamos a um ponto de convergência. Em alguns pontos chaves da negociação, as posições ainda continuam muito distantes umas das outras", reconheceu Pascal Lamy na manhã desta quinta-feira, após a reunião do comitê de negociações que reúne os 153 países-membros. Nenhuma proposta nova surgiu nas negociações --com uma agenda centrada em 11 tópicos relacionados às propostas de cortes de subsídios agrícolas e abertura do setor industrial-- e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deixou a sede da OMC nervoso e mal-humorado, sem dar declarações aos jornalistas. Um dos pontos que mais vêm causando discussões é a dos subsídios americanos para o seu setor agrícola. O Brasil quer que os americanos limitem esses subsídios em US$ 13 bilhões. A melhor proposta feita pelos Estados Unidos até agora é de limitar o subsídio em US$ 15 bilhões. Lula Assim como Sarkozy, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também opinou ontem com dureza sobre o desenrolar das negociações sobre a Rodada Doha. Ele defendeu ontem que os europeus e os norte-americanos flexibilizem mais suas posições nas negociações. Na opinião do presidente, os governos dos Estados Unidos e dos países que integram a União Européia querem impor suas necessidades sem considerar a existência dos países emergentes. "Eu acho que tanto que os americanos e os europeus estão habituados a um tempo em que não havia negociação, eles impunham o que queriam, e os outros eram obrigados a aceitar", afirmou o presidente, após encontro com o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, no Itamaraty.

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