postado em 24/07/2008 13:40
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quinta-feira (24/07) que o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic ontem, para 13% ao ano, mostra que o governo e principalmente o Banco Central não estão de brincadeira com a inflação. Bernardo classificou a alta dos preços como o pior inimigo que se pode haver no momento, mas ressaltou que o governo não está alarmado com a situação.
"Acho que o BC buscou resolver. Certamente, deve ter avaliado que uma pancada mais forte hoje pode encurtar o tempo de luta contra a inflação", afirmou o ministro, destacando que a orientação do presidente Lula é que se "bata duro" na alta dos preços para evitar a corrosão do poder de compra dos mais pobres.
O ministro chegou a comparar o Banco Central a um zagueiro de futebol. Segundo ele, o órgão "sai da área para matar a jogada de uma vez".
Bernardo admitiu o risco de alta dos juros influenciar o crescimento econômico. Segundo ele, assim como a inflação, essa é uma das principais preocupações do governo.
"Da mesma forma que a inflação, nos preocupa o crescimento econômico. Mas também achamos de da mesma forma, não é motivo para ficarmos alarmados e acharmos que vai ser uma catástrofe." Sobre outros instrumentos de combate à inflação, o ministro destacou o aumento do superávit primário em 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). Bernardo disse que a medida, anunciada neste ano, vai proporcionar uma redução de R$ 14,2 bilhões em gastos.
Ele acrescentou ainda que a adoção do corte não foi uma medida simples. Segundo ele, foi travada uma "luta medonha" para viabilizar o corte. "Os ministros se ressentem do fato de que estamos restringindo e apertando o Orçamento deles." Paulo Bernardo participou hoje de evento da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), no prédio da Bolsa do Rio.