Economia

Justiça Federal suspende audiência de Cacciola no Rio, diz advogado

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postado em 24/07/2008 19:18
A Justiça Federal suspendeu a audiência de Salvatore Cacciola que estava marcada para esta sexta-feira (25/07) na 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, disse nesta quinta-feira (24) o advogado Carlos Ely Eluf, que defende o ex-banqueiro. Segundo Eluf, a juíza federal Simone Schreiber acatou o pedido apresentado pela defesa, que alegou violação do acordo de extradição do ex-banqueiro. A assessoria da Justiça Federal no Rio ainda não confirmou a informação. Pelo acordo, o ex-banqueiro poderá responder somente pelo processo que tramita na 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, no qual ele responde pelo crime de gestão fraudulenta. Portanto, segundo o advogado, Cacciola não poderia se apresentar para audiência na 5ª Vara Federal Criminal, onde responde por crimes contra o sistema financeiro. A violação do acordo também está sendo questionada na Justiça de Mônaco. Eluf explicou que o advogado Frank Michel, que defende Cacciola em Mônaco, juntou cópia da intimação à petição apresentada à Justiça do principado. Segundo Eluf, a Procuradoria Geral de Mônaco já interpelou o governo brasileiro por meio da embaixada do Brasil em Paris. A assessoria do Ministério da Justiça disse que o governo brasileiro ainda não recebeu nenhuma notificação sobre o questionamento feito pela defesa de Cacciola em Mônaco. A audiência estava marcada para as 13h30 e ainda não foi agendada uma nova data pela Justiça. Cacciola está preso na Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira - Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde a madrugada da última sexta-feira (18). Extradição Salvatore Cacciola chegou ao Brasil na última quinta-feira (17/07) após ser extraditado de Mônaco, onde estava preso desde setembro do ano passado. Ele desembarcou no Rio de Janeiro e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde concedeu entrevista. Cacciola afirmou que nunca foi um foragido da Justiça. "A primeira coisa é que eu nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte carimbado", disse. Ele afirmou ainda estar "tranqüilo" e confiante na Justiça. Cacciola destacou que dez outras pessoas condenadas no mesmo processo estão livres e trabalhando. "A única diferença é que eu estava na Itália." Cacciola foi inicialmente levado para o presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte do Rio). Como não havia cela especial, o ex-banqueiro foi transferido para Bangu 8, onde divide cela com outros 32 presos com nível superior. O procurador da República no Rio de Janeiro Artur Gueiros, responsável pelo caso Cacciola, contestou a declaração do ex-banqueiro e disse que ele deveria ser considerado foragido porque respondia a processo por "crimes graves" e não podia deixar o país sem autorização judicial. Condenado à revelia no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de vários crimes, Cacciola foi preso em Mônaco enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália --país do qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil em decorrência de acordos diplomáticos.

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