postado em 29/07/2008 10:44
O consumidor que costuma comprar a prazo está pagando juros cada vez mais altos. O Banco Central informou nesta terça-feira (29/07) que a taxa média cobrada das pessoas físicas atingiu em junho 49,1% ao ano, a maior taxa desde abril de 2007. Somente no mês passado, o índice aumentou 1,7 ponto percentual. Para as empresas, a taxa de juros caiu 0,3 ponto percentual e fechou junho com 26,6% ao ano.
Entre as operações acompanhadas pelo Banco Central, a maior alta se deu no crédito pessoal, com elevação de 3 pontos percentuais para 51,4% ao ano. No cheque especial, que cobra os juros mais elevados do mercado, a taxa teve incremento de 2 pontos percentuais, atingindo 159,1% ao ano, a maior desde agosto de 2003.
Nos financiamentos de veículos, os juros passaram de 30,6% para 31,1%. Os consumidores só tiveram alívio no crédito direto usado para compra de eletrodomésticos e eletrônicos. Nesse segmento, os juros recuaram 1,4 ponto percentual para 56,7% ao ano.
Apesdar dos consecutivos aumentos de juros, os brasileiros continuam se endividando e comprando a prazo. O volume de crédito tomado pelas pessoas físicas em junho cresceu 1,6%, totalizando um saldo de R$ 360,9 bilhões. As empresas também ampliaram as dívidas em um ritmo ainda maior do que as pessoas físicas. O saldo de endividamento das pessoas jurídicas cresceu 4,3% em junho, batendo R$ 327,9 bilhões. No total, as taxas de crédito no país já somam R$ 1,067 trilhão, o correspondente a 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Trata-se da maior relação crédito-PIB desde janeiro de 1995.
Os números sobre créditos divulgados há pouco pelo Banco Central trouxeram uma boa notícia. A taxa de inadimplência recuou de 7,4% para 7%, voltando aos níveis de dezembro de 2007. No total, incluindo as pessoas físicas e as empresas, o índice de calote fechou junho em 4%, contra 4,3% no mês anterior. Os prazos médios de financiamento também aumentaram para as pessoas físicas e para as empresas. No caso dos consumidores, o número de dias aumentou para 467, ante 456 em maio. Para as empresas, o número de dias de financiamento passou de 298 para 303.