postado em 31/07/2008 16:08
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará na próxima semana para Argentina e China, em busca de conversas sobre o relacionamento bilateral com os dois países e sobre o recente fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC).
A primeira parada será na Argentina, para onde irá na noite de sábado e fica até segunda-feira, tendo na agenda encontros com empresários locais e com a presidente do país, Cristina Kirchner. Junto com ele irá também uma comitiva com cerca de 200 empresários.
Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, o estreitamento da cooperação econômica através do Mercosul será o principal tema dos encontros que Lula terá na Argentina.
"A visita (...) terá ênfase na cooperação empresarial. O seminário empresarial (que Lula fará na segunda-feira) será oportunidade para debater o relacionamento econômico e comercial, os investimentos recíprocos e o futuro da integração. (...) O empresariado é ator fundamental no processo de integração, e o investimento mútuo é alavanca fundamental também nesse processo", disse o porta-voz.
Depois da Argentina, Lula partirá para a China na terça-feira, e volta no sábado. O principal motivo da ida do presidente ao país é participar da abertura das Olimpíadas de Pequim, que será realizada na sexta-feira. Porém, está previsto um encontro com o presidente chinês, Hu Jintao, onde serão discutidas questões econômicas como a ampliação da corrente de comércio, o atual déficit na balança comercial a favor da China e, possivelmente, algum acordo em relação à produção de álcool.
"(Lula) Vai levar ao presidente Hu Jintao a sua satisfação com o aumento, com o incremento do comércio bilateral mas, por outro lado, a sua preocupação com os déficits crescentes. Vai observar a necessidade do crescimento equilibrado do comércio bilateral, com agregação de valor nas exportações dos dois países para evitar fortalecer pleitos protecionistas", explicou o porta-voz.
Doha
Uma pauta em comum que Lula deverá tratar na visita aos dois países é o fracasso da Rodada Doha. Além do Brasil, China e Argentina foram importantes atores nas discussões das últimas duas semanas em Genebra, que se encerraram sem um acordo fechado.
Questionado sobre o que Lula falará a respeito com Cristina Kirchner e Hu Jintao, Baumbach disse que o momento é de deixar "assentar a poeira".
"Nós vivemos uma conjuntura em que os países estão deixando assentar a poeira depois dos acontecimentos de Genebra e examinando vias para o futuro, para que não se perca todo esse ímpeto que se ganhou durante as negociações da Rodada Doha", disse.