Economia

Henrique Meirelles diz que mercado confia na atuação do Banco Central

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postado em 01/08/2008 15:55
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (1°/08) que o mercado financeiro tem confiança na atuação do órgão no combate à inflação. Segundo ele, boa parte dos analistas de mercado acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltará para dentro da meta fixada pelo BC (4,5%, com dois pontos percentuais de tolerância para cima ou para baixo). "Quando os agentes econômicos fazem essas projeções, é importante mencionar que fazem baseado também em uma expectativa de ação do Banco Central", disse durante evento em São Paulo. "Isso mostra um sinal de que a autoridade monetária tem credibilidade." Segundo as previsões de mercado, o IPCA fechará 2008 um pouco acima do teto da meta de 6,5%, a 6,58%. Em 2009 passaria a ficar acima da meta mas dentro da margem de tolerância, a 5%, e em cima da meta a partir de 2010. Segundo ele, o BC atuará para que o IPCA vá para dentro da meta no próximo ano. "O compromisso anunciado pelo BC recentemente é que o objetivo é trazer a inflação para o centro da meta já em 2009", disse. Meirelles voltou a informar que a alta da inflação tem como principal motivação os preços das commodities --que, por sua vez, avança por causa da demanda em alta nos países emergentes, especialmente a China. Segundo ele, mais do que a porcentagem da participação dos chineses na demanda, é necessário observar a participação deles no crescimento da demanda. Citou como um dos exemplos a questão do petróleo, onde a China respondeu por 8,7% da demanda total em 2007 mas gerou 30% do aumento da demanda no período. Situação semelhante foi vista em outras matérias-primas, como aço, cobre, alumínio e carvão. Subprime Meirelles informou ainda que o Brasil está se comportando muito bem diante da atual crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") americano, que ele considerou mais profunda do que as vividas pelo mundo nos últimos 20 anos - como a de poupança americana dos anos 80, da bancária japonesa do início dos anos 90 e da financeira dos Tigres Asiáticos no final dos anos 90. "Durante os primeiros anos do processo de estabilização da economia brasileira, muitos diziam "muito bem, o Brasil vai bem de fato porque o mundo vai bem (...) mas o que acontecerá quando o mundo entrar em uma crise?"", disse. Para responder, explicou, basta olhar o desempenho brasileiro no último ano, e citou o risco-país abaixo da média, a obtenção do grau de investimento e os ganhos da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no acumulado do período da crise, algo que entre as principais Bolsas mundiais só ocorre também com a de Hong Kong. Outro sinal de que "o país definitivamente é um país sério", nas palavras dele, é o avanço do investimento externo. "E se trata de investimentos de longo prazo, mostrando que os investidores estão confiantes."

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