postado em 03/08/2008 09:31
Desde que bateu seu recorde histórico no final de maio, ao cravar os 73.920 pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já caiu 22%. A euforia que provocou uma substancial corrida ao pregão paulista por parte das pessoas físicas transformou-se em prejuízos em cadeia, levantando questionamentos sobre se realmente vale a pena entrar nesse mercado tão volátil. A resposta varia de acordo com as pretensões dos investidores.
Certamente para aqueles que gostam de se arriscar e esperam pelo retorno das aplicações num prazo curto de tempo, as chances de perdas são enormes. Mas as pessoas menos afoitas, que costumam planejar o futuro e têm por hábito adequar os investimentos de acordo com as suas necessidades, não devem ter medo: historicamente, desde que as operações tenham sido bem assessoradas, os ganhos são quase certos no longo prazo.
É o que mostra levantamento (veja quadro nesta página) realizado pelo analista Eduardo Collor, da Corretora XP Investimentos. Ele pegou 10 dos principais papéis cotados na Bovespa e mediu a evolução dos preços desde 30 de julho de 1995, quando já se tinha um quadro mais claro da estabilidade econômica do país, até o final do mês passado. De longe, todos tiveram desempenhos excepcionais.
No caso das ações preferenciais (sem direito a voto nas decisões da empresa) da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por exemplo, o ganho real, descontada a inflação de 148,3% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, foi de 8.170,8%. Ou seja, quem, há 13 anos, destinasse R$ 1 mil para a compra desses papéis e os mantivesse em seu poder teria, hoje, R$ 82.708.
Para se ter uma idéia mais clara do tamanho dessa valorização, se os mesmos R$ 1 mil tivessem sido aplicados em um certificado de depósito bancário (CDB) e recebessem a remuneração integral paga pelo papel, de 358,6% acima da inflação, valeriam, agora, R$ 4.586. É importante ressaltar que, tanto no caso das ações da CSN quanto do CDB, as contas levaram em consideração apenas o rendimento real. Quer dizer: se os cálculos também embutissem a variação da inflação, os valores finais seriam maiores. Mas o ganho real é o retorno efetivo. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense.