postado em 04/08/2008 14:15
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou nesta segunda-feira (04/08) que a projeção do ministério para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 4,8% a 5% em 2008 e de 4% em 2009. Apesar de admitir uma desaceleração no período, Mantega afirmou que se essas taxas forem confirmadas a economia brasileira apresentará um bom desempenho. "O governo não permitirá crescimento de apenas 3,5% do PIB", afirmou, ao citar que alguns analistas começaram a rever para este nível suas projeções para a economia brasileira no período.
Mantega ressaltou que há quatro anos consecutivos o Brasil cresce sustentadamente, com expansão média do PIB de 4,5% no período. "Abandonamos a lanterninha, o vôo da galinha, aqueles números ridículos de crescimento de 2% ou 2,5%." O ministro argumentou que a expansão robusta vem sendo possível em função dos fundamentos sólidos do país: menor vulnerabilidade externa, construção de um mercado interno, triplicação do volume das exportações em cinco anos e revolução na área de crédito. "Ressuscitamos o mercado interno, saímos do círculo vicioso para o virtuoso, os investimentos dobraram o cabo da boa esperança com o fim das incertezas e o custo do capital vem caindo", enumerou.
Juros
O atual ciclo de aperto monetário é momentâneo e, assim que for debelada a situação de inflação alta, a Selic, taxa básica de juros, vai cair. A afirmação foi feita por Mantega, que acrescentou que "também não gosto deste quadro, mas ele é passageiro". O ministro comparou o comportamento da inflação brasileira com a de outros países e identificou que nações com taxas de inflação semelhantes a brasileira vêm apresentando crescimento menor. "Isso atesta a justeza da política monetária feita no Brasil", disse.
Indexação de contratos
Mantega cogitou também a possibilidade de substituir a indexação de contratos (preços administrados) dos Índices Gerais de Preços (IGPs) pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele ressaltou, no entanto, que é preciso esperar o vencimento desses contratos para realizar a mudança, mas que a operação já é possível nos novos contratos.