postado em 04/08/2008 23:11
A Companhia Energética de Brasília (CEB) propôs um aumento médio de 3,65% nas contas de luz, mas tudo indica que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai manter sua posição inicial, que prevê uma redução média de 5,18% na tarifa a partir de 26 de agosto. Aos consumidores residenciais a redução será ainda maior, com queda de 5,46%.
"Tivemos redução de 1,23% na tarifa em 2006, de 3,01% em 2007 e agora uma nova queda. Pouco a pouco a situação dos investimentos vai ficando mais difícil", lamentou o presidente da CEB, José Jorge de Oliveira, durante audiência pública na Aneel que discutiu o reajuste proposto. Ele lembrou que a empresa cobra uma das menores tarifas do país. "Sem contar a CEA, do Amapá, que está quebrando e deve ser incorporada pela Eletrobrás, temos a menor tarifa", emenda.
Temendo aumento nas terceirizações do serviço, o sindicato dos urbanitários ficou mais próximo das posições da CEB. No entanto, para os representantes dos consumidores, a queda poderia ser maior. "A Aneel está aceitando perdas de energia da ordem de 13,28%, percentual ainda maior que da primeira revisão tarifária da CEB. Tem que haver limites. Os consumidores estão pagando duas vezes", disse o diretor da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), José Lúcio Reis Neto.
No caso das perdas, que podem ser por problemas técnicos ou mesmo furto de eletricidade, os consumidores arcam com o custo da compra de energia pela CEB, mas depois dividem os prejuízos com a concessionária. De lado a lado houve críticas à metodologia usada pela Aneel para chegar ao índice de correção das tarifas. Boa parte dela, porém, está sendo revisada, mas não deve ser concluída a tempo de influenciar o percentual já divulgado.