postado em 05/08/2008 20:45
A rede varejista Pão de Açúcar anunciou nesta terça-feira (5/08) que obteve lucro líquido de R$ 60,4 milhões no segundo trimestre de 2008, com alta de 118,9% sobre o desempenho do mesmo período do mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, os principais motivos para o bom desempenho foram a redução das despesas --fruto da reestruturação da empresa ocorrida no primeiro trimestre-- e do aumento das vendas, especialmente dos não-alimentos, como eletrodomésticos.
As vendas líquidas somaram R$ 4,239 bilhões no período (alta de 19,5% sobre igual intervalo de 2007) e as vendas brutas cresceram 16,2%, a R$ 4,888 bilhões.
No conceito "mesmas lojas" (que retira da conta as lojas com menos de um ano de operação), o crescimento das vendas líquidas foi de 7,4%, e as de vendas brutas avançou 4,3%. As vendas de produtos não-alimentícios cresceu 10,4%, enquanto os alimentícios tiveram um desempenho mais modesto, com alta de 2,4%.
Segundo a empresa, o resultado poderia ter sido melhor se não fosse o efeito-calendário: a Páscoa caiu no segundo trimestre em 2007, e neste ano foi no primeiro trimestre.
Apesar das despesas operacionais terem avançado 4,5%, para R$ 802,3 milhões, elas tiveram queda na comparação com as vendas líquidas. No segundo trimestre de 2007 essa relação tinha sido de 21,7%, e caiu para 18,9% neste ano.
"(A redução das despesas) É resultado da reestruturação da empresa no primeiro trimestre, com o enxugamento principalmente no quadro de diretores e gerentes", disse Enéas Pestana, vice-presidente administrativo e financeiro do Grupo Pão de Açúcar. "Estamos agora colhendo os frutos." Por sua vez, o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 303,7 milhões no segundo trimestre, com alta de 30,4% sobre o mesmo período do ano passado.
Investimentos
Os investimentos da empresa caíram no segundo trimestre deste ano, indo de R$ 216,7 milhões em 2007 para R$ 105,2 milhões neste ano. Segundo Pestana, os investimentos foram segurados, e houve foco na compra de terrenos - esperando a retomada da construção de novas lojas no próximo ano - e a reestruturação da rede atacadista Assaí, comprada no final do ano passado.
"O mais importante sobre o Assaí é o movimento estratégico de entrada no ramo de "atacarejo´. Temos uma perspectiva de crescimento muito forte no setor", explicou.
O executivo ainda negou a possibilidade da empresa ir ao mercado de capitais para realizar captações focando novos investimentos. "Não faremos captação neste ano. Veremos no ano que vem, conforme nossos planos", disse.
Para o segundo semestre, a empresa espera que o setor siga forte, a despeito do efeito da alta dos juros. "Esperamos que o mercado continue aquecido. (...) Os fundamentos da economia são muito fortes. E os juros sobem para todos, não só para o Pão de Açúcar. O que vale no mercado é a agressividade na competição", explicou.
Outros pontos de animação, segundo Pestana, são o fato de tradicionalmente o segundo semestre responder pela maioria dos ganhos das empresas varejistas e o efeito causado pelas promoções em ocasião do aniversário de 60 anos do Pão de Açúcar.