Jornal Correio Braziliense

Economia

Crise nos mercados mundiais faz brasileiros buscarem a segurança da poupança

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Diante da crise que faz estragos nos mercados financeiros de todo o mundo, os brasileiros estão buscando cada vez mais a segurança da tradicional caderneta de poupança. Nos primeiros sete meses deste ano, a captação liquida dessa modalidade de investimento totalizou R$ 6,4 bilhões. Somente em julho, os depósitos superaram os saques em R$ 1,9 bilhão. Foi o melhor mês do ano para a poupança. Em compensação, os investidores fizeram saques maciços nos fundos de investimentos. Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid) a fuga de recursos chegou a R$ 20,2 bilhões. A maior perda se deu nos fundos de renda fixa, nos quais a captação liquida ficou negativa em R$ 8,2 bilhões. Os fundos multimercados também tiveram desempenho pífio, perdendo R$ 6,2 bilhões. É importante destacar, porém, que a indústria de fundos de investimento foi afetada em julho pelos problemas enfrentados pelo banco Opportunity com a Polícia Federal. Temerosos com as investigações envolvendo a instituição de propriedade do banqueiro Daniel Dantas, um dos investigados pela operação Satiagraha, parte da clientela sacou o dinheiro que tinha aplicado nos fundos administrados pela instituição. Estima-se que somente no caso do Opportunity os saques tenham superado os R$ 2 bilhões. Aumento da renda e desconfiança dos investidores Quem mais está comemorando a opção do investidor pela poupança é a Caixa Econômica Federal, que ampliou a sua participação no mercado de 32,7% para 33,69%, na comparação de julho deste ano com o mesmo mês de 2007. Do saldo positivo de todo o mercado, de R$ 1,9 bilhão em julho, a caderneta da Caixa ficou com nada menos que R$ 1,085 bilhão. Segundo Gláucio Geronasso, gerente nacional de renda básica da Caixa, a poupança está se beneficiando do aumento da renda das famílias e da desconfiança dos investidores em relação aos rumos das aplicações financeiras. ;A poupança é vista como um porto seguro para os pequenos poupadores;, diz Geronasso.