postado em 06/08/2008 18:34
O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) informou nesta quarta-feira (6/08) que espera uma alta no faturamento de 10% a mais do que nos dias comuns para este domingo (10/08), Dia dos Pais. Ainda segundo estimativa da entidade, a grande maioria dos brasilienses (75%) pagará o almoço ou jantar comemorativo com cartão de crédito. Nos restaurantes freqüentados pela classe A, diz o sindicato, os cartões já representam 90% do faturamento.
A alta de movimento característica da data, no entanto, anima pouco o setor, que diz amargar prejuízos severos desde que a Lei 11.705/08 - conhecida como lei seca ou lei da tolerância zero ao álcool - entrou em vigor. A legislação estabelece como punição multa e abertura de processo administrativo para suspensão do direito de dirigir por um ano caso a quantidade de álcool no sangue do motorista ultrapasse 2 decigramas por litro no teste do bafômetro. No caso de índice igual ou superior a seis decigramas por litro, a punição é de prisão.
De acordo com o Sindhobar, desde que a nova legislação, mais rigorosa, passou a valer - o que aconteceu em 20 de junho deste ano - o faturamento dos bares e restaurantes no Distrito Federal caiu 60% e houve demissão de cerca de 180 trabalhadores. ;Vai haver uma certa compensação com o movimento do Dia dos Pais, mas muito focada, só de um dia. Jamais será o bastante para recuperar a perda que vem acontecendo nos últimos dias;, afirma Clayton Machado, presidente da entidade.
Segundo Machado, alguns empresários do setor em Brasília buscaram estratégias para tentar reverter os efeitos da lei seca ; caso do projeto Escolta Amiga, com disponibilização de um motorista para acompanhar o cliente de volta para casa no próprio veículo dele. ;Mas a maioria está abandonando, porque é uma responsabilidade muito grande oferecer um serviço desses. E se acontece um acidente, alguma coisa desagradável? Nossa situação fica pior ainda;, comenta.
O presidente do Sindhobar diz que o foco dos empresários de bares e restaurantes do DF no momento é tentar revertar a Lei 11.705, em consonância com a posição da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). ;Do ponto de vista de estratégia comercial, econômica, não há nenhuma perspectiva a médio prazo de reverter essa situação;, diz.