postado em 07/08/2008 14:18
A fiscalização do Ministério do Trabalho regularizou no primeiro semestre deste ano a situação de 303.381 trabalhadores em todo o país que trabalhavam sem carteira assinada, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (07/08) pela pasta.
Houve uma queda em relação ao número verificado no mesmo período de 2007 (371.410), devido à greve dos auditores do trabalho ocorrida entre março e maio deste ano.
Desses trabalhadores, 26.206 eram jovens aprendizes entre 14 e 24 anos, e 1.169 eram adolescentes (16 a 18 anos). Também foram encontradas 2.037 crianças (até 16 anos), excluindo aprendizes.
A maioria dos trabalhadores estava na indústria (68.881 mil), seguido pelo comércio (56.730 mil) e agricultura (49.510 mil). Houve ainda regularização de 44.316 mil trabalhadores na construção civil e 39.170 mil no setor de serviços.
Foram fiscalizadas quase 140 mil empresas, que empregam 14 mil trabalhadores. Cerca de 25 mil empresas foram autuadas.
Contratação recorde
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que esse processo de fiscalização é um dos fatores que está ajudando o país a bater recorde na contratação de trabalhadores com carteira assinada.
Segundo o ministro, antigamente as empresas eram fiscalizadas, contratavam o trabalhador e depois de alguns meses demitiam. Agora, boa parte desses trabalhadores está sendo contratada por prazos mais longos.
"Com o crescimento maior da economia, as empresas estão formalizando seus trabalhadores. A fiscalização está fazendo com que se contrate mais", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Auditores
O ministério tem hoje 3.000 auditores para atuar em todo o país, número que o ministro reconheceu como pequeno. Já há pedido para que haja contratação de mais auditores via concurso. Segundo o ministério, o ideal seria ter no Brasil cerca de 4.500 auditores, segundo recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"O retorno que eles dão de retorno ao Estado é infinitamente superior ao custo", afirmou Lupi. O salário inicial da carreira é hoje de cerca de R$ 8.000.
São Paulo
São Paulo foi o estado que registrou maior número de regularização do trabalho (67.867 trabalhadores), seguido por Minas (26.351) e Rio de Janeiro (22.962).
Proporcionalmente ao número de fiscais do trabalho, o melhor resultado foi obtido no Espírito Santo, uma média de 58 empregados regularizados por auditor, seguido pelo Mato Grosso do Sul (taxa de 49,27).
No semestre, também foram libertados 2.237 pessoas em situação de trabalho escravo no país.