postado em 07/08/2008 15:16
O financiamento da reestruturação societária da Oi, parte fundamental da operação de compra da Brasil Telecom, impulsionou os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor de telecomunicações no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, o banco liberou R$ 3,6 bilhões o setor, aumento de 3.583% em relação ao verificado em igual período em 2007.
Foram liberados R$ 2,5 bilhões para as operações de compra de ações dentro da sociedade da Oi. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o banco vem concedendo volume cada vez maior de crédito para o setor, em função, principalmente, da expansão da rede de telefonia móvel e de banda larga.
Ele destacou que o BNDES já emprestou R$ 13 bilhões para a expansão da rede de telecomunicações do país. Para os próximos quatro anos, os investimentos totais na rede deverão chegar a R$ 58 bilhões, estimou Coutinho."É um setor que investe muito e tem necessidade de ampliar sua infra-estrutura", afirmou.
Entre os desembolsos ligados à infra-estrutura, as liberações para projetos de transporte terrestre somaram R$ 7,7 bilhões no primeiro semestre, incremento de 79,8% em relação ao período de janeiro a junho de 2007. O segmento de transporte terrestre contempla modais rodoviários, ferroviário e metroviário.
Os projetos de energia elétrica aprovados no banco receberam R$ 3 bilhões no primeiro semestre, alta de 42% sobre o constatado em igual período no ano passado. A expectativa é que os desembolsos para o setor continuem crescendo bastante, com a perspectiva de novos projetos, como as usinas do rio Madeira e as linhas de transmissão que interligarão a região ao Sudeste do país.
Luciano Coutinho disse esperar que os recursos para as usinas do Madeira comecem a ser liberados ainda este mês. Ele ressaltou, no entanto, que o financiamento estará condicionado ao fim da disputa entre as construtoras das usinas de Santo Antônio e Jirau - Odebrecht e Camargo Corrêa, respectivamente -, que prometem brigar na Justiça para embargar a obra da outra."Estamos aguardando um entendimento no setor privado para aprovar os projetos", observou.