Economia

Bolsas européias fecham em baixa com anúncio do BCE

;

postado em 07/08/2008 15:43
As bolsas européias fecharam em baixa nesta quinta-feira, com as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean- Claude Trichet, de que o crescimento da zona do euro deve registrar desaceleração. O dado sobre o mercado de trabalho nos EUA divulgado hoje também causou preocupação nos investidores europeus sobre a situação da economia americana. A Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,16%, com 5,477.50 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve queda de 0,27%, indo para 6.543,49 pontos; a Bolsa de Amsterdã teve baixa de 1,17%, indo para 405,69 pontos; a Bolsa de Zurique caiu 0,38%, para 7.182,07 pontos; a Bolsa de Paris teve alta de 0,20%, indo para 4.457,43 pontos; e a Bolsa de Milão teve alta de 0,45%, indo para 22.267 pontos. Juros O BCE manteve hoje sua taxa de juros em 4,25%, como esperado pelos analistas. A taxa de inflação da zona do euro subiu um décimo em julho, para 4,1%, a respeito de junho, um número recorde desde a introdução da moeda única e mais que o dobro da meta do BCE. Trichet disse hoje que "se concretizaram os riscos em baixa para o crescimento econômico da zona do euro, que será, no segundo e terceiro trimestres do ano, particularmente fraco". Há meses, o banco europeu considerou que há riscos em baixa para o crescimento, devido aos efeitos no consumo e no investimento causados pelos altos e voláteis preços do petróleo e dos alimentos. Para ele, o atual nível de inflação é preocupante e é resultado dos efeitos diretos e indiretos dos aumentos anteriores dos preços da energia e dos alimentos em nível global. O Banco da Inglaterra (banco central britânico) também manteve hoje sua taxa de juros em 5%. Durante os últimos meses, o banco combinou uma preocupação pela desaceleração econômica com o temor de um aumento dos preços: o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do Reino Unido ficou em junho em 3,8% na taxa anualizada, acima do objetivo oficial de 2%. Já o índice que inclui o pagamento dos juros das hipotecas e que é usado neste país para calcular aumentos de salários, pensões, imposto municipal e pagamentos hipotecários, chegou a 4,6%, em comparação ao 4,3% do mês anterior. O banco, assim como o Banco Central Europeu (BCE), deu prioridade nos últimos meses à inflação, diferenciado-os assim da política do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que cortou as taxas entre setembro do ano passado e abril deste ano --período em que a taxa passou de 5,25% para os atuais 2%. Mercado financeiro No mercado financeiro, as ações da Aegon - que controla a seguradora americana Transamerica - tiveram queda de 7,5%, depois que a empresa anunciou uma queda de 58% em seu lucro no segundo trimestre. Os papéis da Dexia caíram 10%. As ações da British Airways caíram 4,9% depois que o preço do petróleo voltou a subir hoje. Ontem o barril da commodity chegou a ser negociado a um mínimo de US$ 117,11 em Nova York, mas hoje atingiu um máximo de US$ 121,78. às 13h25 (em Brasília), o barril estava cotado a US$ 120,15. Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego no país cresceu em 7.000, atingido 455 mil na semana passada - maior nível desde março de 2002. A expectativa do mercado financeiro era de um total de 430 mil. Os dados indicam que a economia americana continua desacelerando.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação