postado em 08/08/2008 16:01
As bolsas européias fecharam em alta nesta sexta-feira (8/08), com a queda expressiva no preço do petróleo e o ligeiro avanço do dólar diante do euro, superando o pessimismo com o resultado da gigante americana do setor hipotecário Fannie Mae.
A Bolsa de Londres fechou em alta de 0,21%, com 5.489,20 pontos; a Bolsa de Paris teve alta de 0,77%, ficando com 4.491,85 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 0,28%, para 6.561,65 pontos; a Bolsa de Amsterdã subiu 0,70%, para 408,52 pontos; e a Bolsa de Zurique teve ganho de 1,11%, indo para 7.262,10 pontos. A exceção do dia foi a Bolsa de Milão, que teve ligeira variação negativa de 0,07%, fechando com 22.252 pontos.
O índice FTSEurofirst 300 - que reúne as ações das principais empresas européias - fechou em alta de 0,8%, com 1.199,02 pontos. O índice teve ganho acumulado de 3% na semana, mas ainda registra perda de mais de 20% no ano.
Hoje o euro perdeu terreno diante do dólar: a moeda européia foi negociada hoje em Frankfurt a US$ 1,5033, contra US$ 1,5377 na quarta-feira (6/08). O Banco Central Europeu (BCE) fixou hoje o câmbio oficial do euro em US$ 1,5074.
Com o ganho do dólar frente ao euro, o preço do petróleo chegou a recuar para um mínimo de US$ 115,61. Também contribuiu para o recuo no preço da commodity a relativa calma dos investidores quanto a questões geopolíticas, como a tensão entre o Irã e o grupo dos Seis (os cinco países que compõem o Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha), sobre o programa nuclear do país persa.
O dólar encontrou espaço para valorização depois de o BCE e o Banco da Inglaterra (banco central britânico) manterem suas taxas de juros nesta semana. Com o Federal Reserve (Fed, o BC americano) tendo interrompido as quedas em sua taxa (atualmente em 2% ao ano) na reunião desta semana e na de junho, a moeda americana encontrou espaço para avançar.
As ações das empresas automobilísticas e de produtos de luxo se beneficiaram do aumento dólar; os destaques do dia foram os papéis da Daimler ( 3,9%), da BMW ( 6,5%); da Peugeot ( 4,3%) e da Renault ( 4,6%). O índice DJ Stoxx para o setor automobilístico europeu subiu 3,4%.
Hoje nos EUA a Fannie Mae anunciou um prejuízo de US$ 2,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, mais de três vezes maior do que o esperado pelos analistas. A empresa --que é patrocinada pelo governo americano e é uma das pilastras de sustentação do refinanciamento imobiliário do país ao lado de sua "irmã gêmea" Freddie Mac-- é uma das que mais sofreram com a crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime"). As duas empresas detêm ou garantem US$ 5,2 trilhões de créditos hipotecários, ou seja cerca de 50% do fluxo do crédito imobiliário americano.
Na quarta-feira, a Freddie Mac também anunciou prejuízo acima do esperado no trimestre. Suas perdas foram de US$ 821 milhões.
O setor bancário permanece volátil: hoje o Royal Bank of Scotland (RBS) informou que teve um prejuízo líquido de 761 milhões de libras (US$ 1,463 bilhão) no primeiro semestre. Os papéis do banco subiram, no entanto ( 3,2%), já que os resultados superaram as expectativas. As ações do suíço subiram 1,2% e as do Deutsche Bank subiram 1%. Já as do Société Générale caíram 0,4% e as do Lloyds TSB caíram 0,2%.
No setor farmacêutico as ações da Sanofi-Aventis subiram 4%; as da Novartis subiram 1,3%; e as da Roche ganharam 1,7%.