Economia

Trabalhadores de empresas privadas ocupam cidades próximas ao Plano Piloto

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postado em 11/08/2008 08:24
A geografia do Distrito Federal divide os trabalhadores em dois grandes blocos. Nas regiões centrais (principalmente Plano Piloto e Sudoeste), moram os servidores públicos que, apesar de equivalerem a 22% do total de pessoas empregadas no DF, representam 51% dos ocupados residentes em Brasília. Nas demais cidades, aumenta a participação dos funcionários das empresas privadas e das pessoas que trabalham por conta própria. Nas nove cidades de renda intermediária, entre elas Taguatinga, Cruzeiro, Guará e Núcleo Bandeirante, 43,8% dos trabalhadores são funcionários de empresas particulares. A proporção é ainda maior entre os ocupados das regiões administrativas de rendimento mais baixo, como Ceilândia, Samambaia , São Sebastião e Recanto das Emas, onde mais da metade, 51,9%, recebe salários pagos por empregadores privados (veja quadro). Uma das explicações para a maior concentração de trabalhadores do setor privado nas cidades do DF está nos preços dos imóveis. No Plano Piloto e nos lagos estão os imóveis mais caros da capital. Um levantamento feito pelo Correio mostra que enquanto um imóvel de dois quartos pode custar R$ 45 mil em São Sebastião ou R$ 85 mil em Taguatinga, no Lago Norte chega a R$ 348 mil, na Asa Norte a R$ 350 mil, e até R$ 530 mil no Sudoeste. Paralelamente, a iniciativa privada, em média, paga pior do que o governo. O último dado disponível da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o rendimento médio do servidor está em R$ 3.970, enquanto o dos ocupados no setor privado fica em R$ 961. ;Além de serem menores, os salários da iniciativa privada subiram menos que os dos servidores, com isso o funcionalismo tem mais condições de alugar e comprar os imóveis mais caros, que estão no Plano Piloto;, afirma o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão. Mobilidade ;A maior parte dos funcionários de empresas prestadoras de serviços e do comércio ; principais empregadores da iniciativa privada ;, reside nas cidades próximas ao Plano Piloto ou no Entorno. É muito difícil para quem tem comércio conseguir contratar um morador da Asa Norte, por exemplo. Não temos essa oferta de mão-de-obra porque os aluguéis são muito caros para os salários que o comércio paga;, afirma o vice-presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Miguel Setembrino. O preço médio do aluguel de uma quitinete no Plano Piloto é de R$ 500 e o piso da categoria de comerciário é de R$ 515. A maioria dos empregos, no entanto, está no próprio Plano Piloto, apesar de os trabalhadores residirem em outras regiões administrativas. ;É intensa a mobilidade. Quase metade da População Economicamente Ativa (PEA) do DF trabalha no centro. O Plano e Taguatinga têm apenas 25% da PEA, mas empregam 70%;, afirma o economista Júlio Miragaya, do Conselho Regional de Economia (Corecon). Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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