Economia

Petróleo registra queda e volta ao patamar de US$ 112

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postado em 11/08/2008 15:25
O preço do petróleo opera em baixa nesta segunda-feira (11/08), tendo recuado ao patamar de US$ 112, com a valorização do dólar diante do euro. O conflito entre Geórgia e Rússia chegou a afetar a confiança dos investidores pela manha, mas perdeu o impacto sobre as cotações. Às 13h40 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em setembro, negociado na Nymex (Bolsa mercantil de Nova York, na sigla em inglês), estava cotado a US$ 113,25 --queda de 1,69%. O preço máximo atingido pela commodity até o horário era US$ 116,90 e o mínimo, de US$ 112,83. Na comparação com o mínimo de hoje, o preço já caiu 23,4% em relação ao recorde atingido no dia 11 de julho, US$ 147,27. O euro perdeu terreno para o dólar hoje, tendo sido negociado hoje a US$ 1,4961, contra US$ 1,5074 na sexta-feira (8). No mês passado, a moeda européia chegou a recordes de valorização diante do dólar, tendo sido comercializada acima de US$ 1,60. O BCE (Banco Central Europeu) fixou hoje o câmbio oficial do euro em US$ 1,5012. Com o dólar ganhando força diante de outras moedas, o consumo do petróleo pode passar por uma ligeira redução: como o petróleo é negociado em dólares, a moeda americana valorizada torna o barril mais caro, dificultando o acesso a mais compradores. Na semana passada, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, disse que o conselho do banco não prevê uma modificação em sua taxa de juros para o futuro próximo --o banco manteve sua taxa de juros em 4,25%. Ele afirmou também que "se materializaram os riscos em baixa para o crescimento econômico da zona do euro, que no segundo e terceiro trimestre do ano será particularmente fraco". O Banco da Inglaterra (BC britânico) mantiveram suas taxa de juros, em 5%. No último dia 5, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) manteve, por sua vez, sua taxa de juros em 2%. Os cortes de juros nos EUA entre setembro do ano passado e abril deste ano favoreceram a desvalorização do dólar frente ao euro. Com a interrupção da queda de juros nos EUA desde junho, e a pressão inflacionária na União Européia, a moeda americana vem recuperando algum terreno diante do euro. Mesmo assim, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan disse, segundo o diário britânico "Financial Times", que, apesar da recente baixa, o barril não deve voltar aos US$ 80, prevendo que se poderia chegar inclusive aos US$ 150 quando acabar o atual desaquecimento econômico se os países produtores não aumentarem "de forma significativa" a produção. Geórgia A Geórgia lançou um cerco à Ossétia do Sul na última quinta-feira (7/08), enviando tanques para a capital separatista, em tentativa de retomar o controle sobre a região. Em resposta, a Rússia tem bombardeado a Geórgia e realiza sobrevôos na região. A Ossétia do Sul é considerada uma importante rota de transporte de petróleo e gás natural na fronteira russa. A região proclamou sua independência da Geórgia em 1992, após a queda da União Soviética. O território conta com o apoio de Moscou para a separação --inclusive por abrigar muitos cidadãos russos--, mas a Geórgia não reconhece a independência. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, assinou hoje um documento de cessar-fogo unilateral na presença dos ministros de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, e da Finlândia, Alexander Stubb. "O presidente Saakashvili aceitou praticamente todas as propostas que fizemos", afirmou Kouchner à televisão francesa. O chanceler francês exerce neste semestre a presidência semestral do conselho de ministros da União Européia (UE). O presidente francês, Nicolas Sarkozy, viaja amanhã à capital russa, onde deve abordar a situação com o chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev. De acordo com a rede de TV CNN, Saakashvili terminou abruptamente uma conferência com a imprensa na manhã desta segunda-feira dizendo que aviões de guerra russos estavam sobrevoando o palácio presidencial.

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