postado em 13/08/2008 19:32
O crescimento de 52,9% do consumo de álcool no primeiro semestre deste ano foi decisivo para que o preço médio da gasolina vendida nos postos caísse 5,7% no período, na comparação com igual período em 2007. A conclusão é do superintendente de abastecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Édson Silva, que avaliou ainda que a tendência para o restante do ano é que essa condição seja sustentada, à medida que o consumo de álcool continua subindo.
Os dados fazem parte do balanço do mercado de combustíveis no primeiro semestre, feito nesta quarta-feira pela agência. Ao todo, o mercado registrou crescimento de 9,7% em relação ao período de janeiro a junho de 2007, totalizando 51 bilhões de litros. O diesel continua liderando a matriz veicular, com 51,2% de participação.
O consumo do chamado álcool puro (álcool hidratado) chegou a 6 bilhões de litros. O volume está abaixo do consumo da gasolina vendida nos postos, que tem 25% de álcool anidro em sua composição e que totalizou 12 bilhões de litros. Se o álcool anidro for somado ao hidratado, o consumo de álcool iguala-se ao da gasolina (ambos em 9 bilhões de litros).
O álcool hidratado teve aumento de 52,9% no consumo, e a gasolina esteve em caminho inverso, com queda de 1,6%, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. O maior crescimento no consumo de álcool é explicado pelo menor preço em relação à gasolina e pela vendas em ascensão dos carros flex fuel. Além disso, o litro do álcool teve redução média de 12,1% no preço do litro, cotado em R$ 1,50 médios, nos postos.
Silva ressaltou que o principal efeito disso ocorreu no preço da gasolina, que caiu para o consumidor, com média de R$ 2,54 nos postos, ante R$ 2,69 no primeiro semestre de 2007.
"O preços está tendo impacto direto no consumo. O maior consumo de álcool está segurando o preço da gasolina, e creio que essa situação poderá se sustentar", afirmou Silva, que prevê que a Petrobras terá que exportar maiores volumes de gasolina, que continua perdendo espaço no mercado. Ele admitiu ainda que os 25% de álcool anidro teve pequeno efeito na queda do preço da gasolina.
GNV e diesel
Por outro lado, o Gás Natural Veicular (GNV), que vinha apresentando ao longo dos últimos anos trajetória ascendente no consumo, registrou queda de 1,3% nas vendas. Silva atribuiu, entre outros motivos, à elevação de 9,5% no preço médio do metro cúbico do combustível. De janeiro de 2007 a junho deste ano, o GNV acumula alta de 23%.
O consumo de óleo diesel teve expansão de 9,8%, de janeiro a junho. No mesmo período, o litro desse combustível caiu, em média, 1% nas bombas dos postos, com preço médio de R$ 1,96. Édson Silva disse que esse crescimento ocorreu em função da expansão da economia, e do maior acionamento de usinas termelétricas que operam com o combustível, no período.