Economia

Postos Texaco já iniciam mudança para Ipiranga com concretização da venda

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postado em 14/08/2008 17:56
Os postos da rede de combustíveis Texaco no Brasil, comprado hoje pelo grupo Ultra, passarão a usar a bandeira da rede Ipiranga durante os próximos cinco anos. Porém, as primeiras alterações poderão ocorrer assim que o negócio for concretizado, informou a direção da Ultra. A aquisição foi assinada na manhã de hoje, e custará R$ 1,161 bilhão ao grupo Ultra. Junto com a compra, a Ultra ficou com o direito de uso da marca Texaco nos próximos cinco anos. Segundo o diretor presidente do grupo Ultra, Pedro Wongtchowski, a liquidação da compra deve ocorrer até o início de 2009. Neste meio tempo, explicou, a Chevron - dona da marca Texaco - precisa transferir para outras empresas os negócios relacionados à produção de lubrificantes e exploração de petróleo, que não fizeram parte da negociação. "Trabalharemos com a marca Texaco enquanto a Petrobras ainda usa a marca Ipiranga", disse o diretor-superintendente da Ipiranga, Leocádio Antunes de Almeida Filho. Na ocasião da compra da Ipiranga pela Ultra e pela Petrobras, os postos Ipiranga foram divididos entre as compradoras --Sul e Sudeste com a Ultra e Norte, Nordeste e Centro-Oeste com a Petrobras - e a estatal ficou com o direito do uso da marca até março de 2012, quando passarão a usar a bandeira BR. "Usaremos transitoriamente a marca Texaco até 2014. Teremos um tempo para depois fazer a transição no Norte, Nordeste e Centro-Oeste", disse Almeida. "Mas no Sul e Sudeste já começará antes." A prioridade na troca da bandeira, explicou Almeida, será dos postos que "já possuem uma estrutura condizente para receber a marca" e nos postos onde o proprietário está disposto a investir na padronização. Ele ainda negou a possibilidade de fechamento de postos que estejam muito próximos, o que poderia indicar uma sobreposição. "Se há um posto Texaco de um lado da rua e um Ipiranga do outro, é porque há mercado para os dois", justificou. Escala O ganho de sinergia na aquisição, disse a Ultra, virá mais do ganho de escala na comercialização de combustíveis. "O negócio nos permitirá um ganho de escala que é necessário neste ramo de atuação do varejo", disse Wongtchowski. "Assim teremos mais competitividade." A expectativa da empresa é que a rentabilidade fique ao menos igual ao de antes da aquisição. No segundo trimestre, a Ultra conseguiu um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 50 por metro cúbico vendido. Ipiranga e Texaco juntos terão 23% do volume vendido por postos com bandeira no país, atrás apenas da BR (39%). Nas regiões Sul e Sudeste as duas ficarão empatadas com 28% cada. Mas nas demais regiões a BR tem 52% de participação, contra 9% da Texaco. "Era importante que a Ipiranga tivesse abrangência nacional", disse Wongtchowski. O executivo da Ultra negou que está nos planos da empresa realizar aquisições fora do país, e no mercado interno só em casos de pequenas redes regionais onde a empresa considerar que precisa melhorar sua participação. Para ele, o foco de expansão deve ser agora os postos de bandeira branca - que não estão ligadas às grandes redes. "Há 35 mil postos no país, sendo 15 mil de bandeira branca", disse Wongtchowski. "Conforme o governo amplia esforços para reduzir a informalidade no setor, o próximo mercado para crescer é o de bandeira branca."

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