Economia

Conta de água pré-paga diminui desperdício

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postado em 17/08/2008 09:19
Os brasileiros já convivem com o hábito de renovar os créditos do celular, mas talvez não imaginem como o sistema pré-pago é utilizado para outros serviços, como o abastecimento de água. A idéia foi discutida na sexta-feira (15/08) pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) com representantes da empresa de água e esgoto de Johannesburgo, na África do Sul, onde o sistema funciona desde 2004. ;É uma opção interessante ao consumidor, que tem maior controle sobre os gastos e mesmo sobre a existência de vazamentos. Também pode ser utilizado em casos de consumo temporário, como exposições e feiras, sem contar que é uma boa alternativa para locais com histórico de inadimplência;, avalia o presidente da Caesb, Fernando Leite. ;Vamos aprender com os sul-africanos, que querem conhecer nosso sistema de hidrômetros individuais;, completa. O foco da Johannesburg Water foram os bairros mais carentes da cidade, como Soweto e áreas próximas. Até agora foram instalados 112 mil medidores pré-pagos e, apesar do custo per capita de aproximadamente US$ 1 mil, a empresa considera o resultado muito positivo. ;As perdas eram grandes, com um consumo de 66m³ por usuário/mês que caiu para 12m³/mês. Desde o início já fizemos uma economia de 81%. Tínhamos uma tarifa média de US$ 22,50, mas apenas 15% dos consumidores pagavam. Agora, a tarifa é de US$ 6,40, mas todos pagam;, diz o gerente da divisão de pré-pagos da empresa sul-africana, Randhir Singh. A transição para a regularidade não é simples. Houve conflito com moradores durante a instalação e a questão da cobrança antecipada foi parar na Suprema Corte do país, que considerou o sistema ilegal ; um recurso deve ser julgado em setembro. Tampouco trata-se de um sistema inédito. Entre 1999 e 2007 a companhia de saneamento de Tocantins tocou um projeto com 60 residências, mas abandonou a idéia no ano passado. ;O projeto em si era ótimo e só no primeiro semestre reduziu em 44% o consumo de água;, conta José Alberto Sousa, que coordenou a experiência. O problema, ele explica, é que o sistema dependia de sinais de rádio ou telefone tanto para os pedidos de recarga feitos pelo consumidor quanto para o sinal que libera o fornecimento de água. ;Aqui é comum o sujeito passar uma tarde inteira sem sinal no celular. Então, entendemos que não seria prudente dependermos desse outro serviço para o abastecimento de água e resolvemos engavetar;, diz Sousa.

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