postado em 18/08/2008 08:54
Os economistas ouvidos pela pesquisa semanal do Banco Central reduziram, pela terceira semana seguida, a previsão para a inflação em 2008. Também já surgiram apostas de que a taxa básica de juros possa chegar a 15% ao ano no primeiro trimestre de 2009, o que pode afetar o crescimento da economia no próximo ano.
A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, que serve como meta de inflação, caiu de 6,45% para 6,44%. Se confirmado, o indicador ficaria dentro do teto da meta de inflação para esse ano, que é de 6,50% (meta de 4,5% com dois pontos percentuais de tolerância para cima e para baixo).
A estimativa para a inflação para os próximos 12 meses também recuou, de 5,34% para 5,31%. Foi mantida ainda a previsão para o IPCA em 2009 (5%).
Juros
Essas previsões vêm caindo desde que o BC decidiu intensificar o ritmo de aumento da taxa básica de juros, a Selic. Desde o início do ano, a Selic já subiu de 11,25% para 13% ao ano. No final de julho, o BC promoveu o maior aumento de juros desde o início do governo Lula, numa tentativa de trazer a inflação de volta para o centro da meta no próximo ano.
Em relação aos juros, os economistas esperam que a taxa básica (Selic) termine 2008 em 14,75% ao ano, mesma previsão da semana passada.
Os economistas prevêem agora uma alta para 13,75% na reunião no início de setembro; para 14,25% em outubro; e para 14,75% em dezembro (o Copom se reúne a cada 45 dias aproximadamente). Em 2009, a taxa chegaria a 15%, em março, antes de cair e encerrar o ano em 14% ao ano.
Crescimento
A expectativa do mercado financeiro é que os juros mais altos também tenham reflexo no crescimento da economia no próximo ano. Os economistas que participam da pesquisa do BC reduziram as expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano de 3,73% para 3,70%. Para 2008, foi mantida a previsão de 4,8%.
Inflação
Em relação aos outros índices de inflação, também houve queda nas previsões para 2008. A expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) caiu de 11,33% para 10,86%; e o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve a previsão reduzida de 11,04% para 10,96%. A expectativa para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) ficou estável em 6,48%.
Para 2009, a previsão para o IGP-M subiu de 5,48% para 5,50%. A do IGP-DI caiu de 5,40% para 5,32%. Para o IPC-Fipe, passou de 4,61% para 4,64%.
Outros indicadores
A estimativa para o dólar subiu de R$ 1,60 para R$ 1,61 no final deste ano. Para dezembro de 2009, a previsão passou de R$ 1,71 para R$ 1,72.
A estimativa para o saldo da balança comercial em 2008 subiu de US$ 23,1 bilhões para US$ 23,3 bilhões. Para 2009, foi mantida em US$ 15 bilhões.
A expectativa para o déficit em conta corrente ficou estável neste ano (US$ 25 bilhões) e aumentou de US$ 33 bilhões para US$ 33,42 bilhões em 2009.
Subiram as expectativas de investimentos estrangeiros diretos de US$ 34,50 bilhões para US$ 34,65 bilhões (2008). Para 2009, foi mantida a previsão de US$ 30 bilhões.
A previsão para a relação dívida/PIB neste ano ficou estável em 40,50%. Para 2009, caiu de 39,35% para 39,25%.