postado em 18/08/2008 18:22
A Laep Investments anunciou nesta segunda-feira (18/08) que teve prejuízo de R$ 73,3 milhões no segundo trimestre, mais de dez vezes maior do que o do mesmo período do ano passado (R$ 7,2 milhões).
O resultado não foi bem recebido pelo mercado. OsBrazilian Depositary Receipts (BDRs) da empresa, que tem sede oficial nas Bermudas, tiveram queda de 10,05% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
A empresa - que controla, entre outras, as fabricantes de produtos lácteos Parmalat, Paulista e Glória - justificou o aumento de seu prejuízo à dificuldade de repasse da alta dos preços do leite para o varejo.
"(Os preços do leite) subiram e permaneceram inesperadamente altos, acompanhada de rigidez no repasse para o varejo. A dificuldade de repasse do aumento do custo da matéria prima ao varejo é reflexo da crise de confiança que abalou o setor em decorrência da operação Ouro Branco", informou a empresa.
A Operação Ouro Branco, deflagrada em outubro do ano passado, acusou empresas de "batizar" o leite para aumentar seu volume ou de adicionar substâncias para que ele durasse mais tempo.
A Laep ainda lamentou o efeito negativo sobre as suas operações causadas pela insatisfação de alguns de seus acionistas com a destinação dos recursos levantados em seu IPO (oferta inicial de ações).
Porém, a empresa comemorou o avanço da empresa na participação do mercado, expressada no forte aumento de sua receita líquida no segundo trimestre --que subiu 49,3% sobre o mesmo trimestre de 2007 e atingiu R$ 405,1 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ficou negativo em R$ 39,8 milhões, contra R$ 18 milhões positivos no segundo trimestre do ano passado.
Corte de gastos
Para o terceiro trimestre, a Laep aposta na queda do preço do leite devido à entrada da safra na região Sul --o que faria as margens de lucro subirem.
A empresa também aposta em uma série de cortes de despesas para melhorar seus resultados. Entre as medidas previstas estão o fechamento de unidades, cortes de empregos, redução das despesas gerais, redução das despesas de viagem e otimização da logística com a redução do número de pontos de faturamento.
Com esses cortes, a empresa espera obter ganho de R$ 15,8 milhões no segundo semestre deste ano.
Se as medidas não surtirem o efeito desejado, os próximos passos serão cortar R$ 8 milhões da verba de publicidade, além de reduzirem o estoque e os recebíveis.