postado em 19/08/2008 16:50
Sem alarde, integrantes da Mesa Diretora da Câmara articulam um reajuste para mais de 3 mil servidores da Casa que seriam beneficiados por um adicional de "especialização". O adicional seria concedido aos funcionários com cursos de mestrado, doutorado ou especialização reconhecidos pelo Ministério da Educação. A proposta, em análise pela Mesa Diretora da Câmara, poderia aumentar os salários de servidores legislativos em até 30%, de acordo com os títulos obtidos por cada um.
Apesar do reajuste estar sendo discutido por integrantes da Mesa, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou nesta terça-feira que a proposta esteja na pauta da Casa. Segundo Chinaglia, não há nenhum reajuste de servidores em estudo pela direção da Câmara.
"Isso não está previsto. Há várias reivindicação do sindicato dos servidores (Sindilegis) e não creio que haja neste momento, sob nenhum aspecto, algum cenário (de reajuste) existente. Ao contrário, nós já concedemos reajustes anteriormente. Isso é apenas uma reivindicação do sindicato", disse Chinaglia.
Se o reajuste for aprovado pela Mesa Diretora, a Câmara poderá ter gastos extras de até R$ 35 milhões anuais, uma vez que o pagamento também seria estendido aos servidores aposentados com títulos obtidos mesmo depois que deixaram a Casa.
Em abril deste ano, a Câmara autorizou o aumento na verba de gabinete dos deputados para o pagamento de salários a servidores. Com o reajuste, a verba passou de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil mensais.
O dinheiro da verba de gabinete é destinado ao pagamento dos funcionários não-concursados empregados no gabinete dos deputados. Cada parlamentar pode empregar de cinco a 25 servidores em cada gabinete.
Economia
Ao invés de aumentar os gastos da Câmara com um novo reajuste para os servidores, Chinaglia disse estar disposto a manter a economia aos cofres da Casa. O deputado disse que vai continuar com a prática de encerrar as sessões legislativas antes das 19h quando não houver necessidade de estender as votações no plenário. O regimento da Câmara prevê o pagamento de horas extras aos servidores sempre que os trabalhos terminam após às 19h.
"Depois de um ano e meio na presidência, por que eu mudaria? O importante é todos os parlamentares se organizarem para cumprir o horário definido pelo regimento. Se tem necessidade política, adentramos a noite. Mas se a Câmara não tem necessidade, prorrogar para quê as sessões plenárias?´, questionou.
O rigor de Chinaglia não agrada aos servidores da Câmara, que criticam a pontualidade com que o parlamentar encerra os trabalhos do plenário. O petista, no entanto, admite nos bastidores que o seu rigor é visto com bons olhos pela opinião pública diante da necessidade de redução dos gastos públicos.