postado em 20/08/2008 08:29
Os sindicatos decidiram romper o silêncio e sair do imobilismo. Como forma de pressionar o Executivo a finalmente liberar os reajustes para o restante do funcionalismo federal, entidades que representam as 54 carreiras que serão contempladas com aumentos salariais farão protestos hoje e amanhã. As ações incluem atos públicos, paralisações de 24 horas e redução de jornada de trabalho.
A maior parte das entidades elegeu o Ministério do Planejamento como alvo. Os blocos K e C da Esplanada foram escolhidos como pontos de referência para os grupos que prometem se organizar. ;O pessoal está ansioso. Pode até não ter clima para greve, mas tem para protesto;, disse Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Ontem, representantes dos servidores que compõem as chamadas carreiras típicas de Estado retomaram o lobby político. No Congresso, foram recebidos pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves. Segundo um dos participantes, o senador se mostrou sensível à causa e prometeu empenho. ;Ele até ligou para o ministro Paulo Bernardo (Planejamento);, disse um sindicalista. Garibaldi teria ouvido de Bernardo que as medidas provisórias com os reajustes para os cerca de 300 mil servidores seguirão para a Câmara no início da próxima semana.
Desconfiados, os sindicatos das carreiras estratégicas não desmobilizaram suas bases. Ao contrário. Advogados públicos, servidores do ciclo de gestão, do Fisco e do Banco Central resolveram em assembléias que vão realizar amanhã paralisações e atos de repúdio à demora do governo em resolver a questão.
O ministro Paulo Bernardo cumpriu uma extensa agenda institucional ontem. No Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, antes de entrar para um a reunião, disse ao Correio que os aumentos ;vão sair; e desqualificou teses e boatos que circulam na Esplanada dando conta de que os reajustes empacaram.
Em meio à crise instalada entre os poderes e entre o governo e os servidores, as áreas técnica do Ministério do Planejamento e da Casa Civil, até ontem, revisavam os termos de acordo assinados com as categorias.