Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo fecha em alta apesar de aumento de estoques nos EUA

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O preço do petróleo fechou em alta nesta quarta-feira (20/08). Apesar do aumento expressivo das reservas americanas da commodity na semana passada, a negociação com os contratos do barril para entrega em setembro, que expiram hoje, influenciaram as cotações hoje. O barril do petróleo cru para entrega entrega em setembro, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), fechou cotado a US$ 114,98 (em alta de 0,39%). Durante o dia, o preço variou entre um máximo de US$ 117,03 e um mínimo de US$ 112,61. O barril para entrega em outubro, que será a próxima referência do mercado, chegou ao fim do dia cotado a US$ 115,56. O preço máximo foi de US$ 117 e o mínimo, de US$ 112,60. A volatilidade vista hoje já era esperada, por se tratar do dia em que expira um contrato de referência --movimento comum em dias de término de contratos. O mercado, no entanto, reagiu com alívio logo depois que o Departamento de Energia dos EUA divulgou seu relatório semanal de estoques. No documento, o departamento informou que as reservas americanas de petróleo cresceram em 9,4 milhões de barris na semana passada, totalizando 305,9 milhões de barris. O dado superou em muito o esperado pelos analistas, que previam uma alta de apenas 900 mil barris. Os estoques de gasolina, por sua vez, caíram em 6,2 milhões de barris, para 196,6 milhões de barris. A aposta dos analistas era de uma redução de 2,4 milhões de barris. Nos últimos dias, o preço da commodity parou de cair como vinha caindo devido às preocupações renovadas sobre a segurança dos oleodutos na região do Cáucaso, com o conflito entre Geórgia e Rússia --o conflito eleva os temores de uma interrupção no fornecimento, ou mesmo de danos às instalações petrolíferas locais. Ontem, os países ocidentais pressionaram o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) pela adoção de uma resolução que peça a retirada imediata do Exército russo da Geórgia, mas a Rússia, que tem poder de veto no principal órgão da ONU, disse que não pode aprovar o documento. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também exigiu a retirada da Rússia do país vizinho. O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse ao CS que a resolução deveria incorporar e apoiar um plano de seis pontos criado pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, assinado tanto por Geórgia e Rússia. Também começa a causar preocupação o encontro dos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no próximo mês. O presidente da Corporação Nacional de Petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, disse nesta semana que os preços da commodity provavelmente irão subir de novo. Segundo ele, a Opep não deve alterar a cota oficial de produção na reunião de setembro. O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, já disse que o governo venezuelano irá propor um corte de produção na reunião. "Se houver uma continuação do declínio no preço, deveríamos avaliar um corte de produção --é essa [a idéia] que levaremos ao encontro", disse. "O que não podemos permitir é um colapso do preço do petróleo." O Centro de Estudos Globais para a Energia (CGES, na sigla em inglês) também avalia que a Opep impedirá que o preço do barril caia muito abaixo dos US$ 100.