Economia

Petróleo fecha acima de US$ 121 com dólar e tensão entre EUA e Rússia

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postado em 21/08/2008 16:42
São Paulo - O preço do petróleo voltou a subir e encerrou o dia acima de US$ 121. A tensão entre os EUA e a Rússia por conta do acordo entre os governo americano e polonês para a implantação de um sistema de defesa e a desvalorização do dólar afetou as cotações nesta quinta-feira (21/08). O barril do petróleo cru para entrega em outubro (nova referência), negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), fechou cotado a US$ 121,18 (alta de 5,01%). O preço máximo atingido pelo barril nesta quinta foi US$ 122,04 e o mínimo, a US$ 115,40. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que o governo russo será "obrigado a reagir, e não apenas com medidas diplomáticas" ao acordo entre EUA e Polônia. Pelo acordo, a Polônia aceita a instalação de dez mísseis interceptadores em uma antiga base militar perto da costa polonesa do mar Báltico. Em troca, os americanos se comprometem a ajudar o país a melhorar suas forças armadas, além de remanejar para a Polônia mísseis tipo Patriot e militares americanos, com o objetivo de reforçar as defesas aéreas polonesas. A parceria foi assinada em Varsóvia pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e pelo ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radek Sikorski, para a instalação de parte de um escudo de defesa antimísseis americano em território polonês. O governo russo diz que essa aliança vai gerar uma nova corrida armamentista na Europa. A desvalorização do dólar frente ao euro também influenciou a alta desta quinta: a moeda européia subiu hoje no mercado de Frankfurt e fechou a US$ 1,4888, frente ao US$ 1,4687 da quarta-feira. O BCE (Banco Central Europeu) fixou hoje o câmbio oficial do euro em US$ 1,4814. O preço manteve a alta mesmo com o aumento expressivo nos estoques de petróleo nos EUA: ontem, o Departamento de Energia anunciou o crescimento em mais de 9 milhões de barris nas reservas. O estoque de gasolina, no entanto, caiu em 6,2 milhões de barris. Opep. Os investidores se preparam para a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em setembro. As previsões são pouco animadoras: o presidente da Corporação Nacional de Petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, disse nesta semana que os preços da commodity provavelmente irão subir de novo. Segundo ele, a Opep não deve alterar a cota oficial de produção na reunião. O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, por sua vez, deverá propor um corte de produção na reunião. "Se houver uma continuação do declínio no preço, deveríamos avaliar um corte de produção --é essa [a idéia] que levaremos ao encontro", disse. O CGES (Centro de Estudos Globais para a Energia, na sigla em inglês) também avalia que a Opep impedirá que o preço do barril caia muito abaixo dos US$ 100.

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