Economia

Ibovespa abre em baixa com foco em commodities

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postado em 26/08/2008 09:54
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu nesta terça-feira (26/08) em baixa, seguindo a queda nos preços das matérias-primas (commodities) e os indicadores fracos na Alemanha, sugerindo que a maior economia da zona do euro está entrando em recessão. Às 10h07 (de Brasília), o Ibovespa caía 51%, a 54.210,6 pontos. Esse fraco desempenho da abertura pode ser amenizado ou até mesmo revertido se os dados que serão divulgados nos EUA surpreenderem positivamente. As atenções convergem especialmente para as vendas de imóveis residenciais novos em julho e a confiança do consumidor da Conference Board de agosto. Analistas esperam queda de 1,9% nas vendas de novos imóveis. Além disso, no meio da tarde, será conhecida a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserver (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Os investidores aguardam os dados na defensiva. Os índices futuros de ações em Nova York reduziram as perdas e operam próximo à estabilidade, acompanhando a redução no ritmo de queda do petróleo. Após bater a mínima de US$ 112,36 mais cedo, o petróleo tipo WTI cedia 0,23%, a US$ 114,84 por barril há pouco. Os metais também desaceleram um pouco as perdas. Mas o contrato de níquel para três meses ainda registrava baixa acentuada, de 2,4%, em Nova York. Na Europa, a Bolsa de Frankfurt devolveu as perdas registradas mais cedo e passou para o lado positivo, alta de 0,15% há pouco, depois que dados fracos da Alemanha alimentaram expectativas de corte de juro. O índice de confiança empresarial alemão despencou em agosto para o menor nível em três anos, aos 94,8, enquanto o índice que mede as expectativas das empresas caiu para o menor patamar desde fevereiro de 1983, para 87. Já o índice da confiança do consumidor alemão para setembro caiu a 1,5 ponto, o menor nível em cinco anos. Nos demais bolsas da região, persiste o movimento de baixa em meio às contínuas preocupações com as condições econômicas globais e a crise de crédito. Em Londres, onde a queda era maior, de 1,14%, as mineradoras são destaques de queda, refletindo a pressão em cima das commodities metálicas, que são influenciadas pela alta do dólar frente ao euro e por mais aumentos nos estoques de cobre. Aqui, as atenções se voltam novamente para mais uma reunião da comissão interministerial que discute uma proposta de mudança no marco regulatório do setor de petróleo para a exploração da camada do pré-sal. A reunião está prevista para começar às 16 horas. Ontem, as ações de Petrobras foram mais uma vez punidas pelas incertezas que envolvem o futuro da estatal e pela politização do debate, contribuindo fortemente para a queda de 2,46% do Ibovespa.

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