postado em 26/08/2008 15:07
O investimento mundial direto em imóveis não-residenciais foi de US$ 236 bilhões no primeiro semestre, 41% a menos do que no mesmo período do ano passado, segundo um relatório da consultoria Jones Lang LaSalle publicado nesta terça-feira (26/08).
O estudo indica que a queda no volume de investimentos, que retrocedeu ao nível do primeiro semestre de 2005, se deveu à diferença entre o preço pedido pelos vendedores e o valor que os compradores estavam dispostos a pagar, o que reduziu o número de operações.
O executivo-chefe da divisão de mercados de capitais europeus da Jones Lang LaSalle, Tony Horrell, afirma em comunicado que as condições do mercado internacional de crédito diminuíram e encareceu o acesso ao financiamento, o que leva os compradores a rejeitarem as operações aos preços de 2007.
Além disso, Horrell destaca que os vendedores não estão dispostos a diminuir suas pretensões, o que cria essa divergência nos interesses dos dois lados.
O estudo também afirma que o volume recorde registrado nos seis primeiros meses de 2007 se deveu à facilidade de acesso ao financiamento externo.
O investimento além das fronteiras (compras por parte de investidores de outros países) representou 45% do total. Por regiões, o investimento nos Estados Unidos caiu 61%, para US$ 64 bilhões, enquanto recuou 38% na Europa.
O investimento no Reino Unido, na Alemanha e na França foi de US$ 53 bilhões, 50% a menos, embora mercados europeus secundários, como Bélgica, Espanha e Holanda tenham registrado crescimento.
A Jones Lang LaSalle prevê que o volume de investimento total ao final do ano seja 35% menor do que em 2007, mas não descarta quedas maiores.
Arrefecimento mundial
O relatório diz que os investidores de risco saíram do mercado e que o arrefecimento econômico mundial está impondo uma maior cautela em todo tipo de aplicação.
Horrel afirma que ainda se passará um ano até que os mercados da dívida se estabilizem e prevê o aumento das vendas realizadas com perdas.
O estudo assinala que os investidores estão buscando agora mercados menos transparentes, mas com "sólidos" indicadores de crescimento, como a América Latina --especialmente o Brasil--, Europa Central, Leste Europeu e Ásia-Pacífico.