postado em 27/08/2008 18:14
O mercado acionário brasileiro teve um dia de recuperação significativa nesta quarta-feira (27/08), favorecido pelo dia positivo nas Bolsas americanas e européias. Profissionais de mercado também destacaram a notória "caça de oportunidades", com investidores buscando ações baratas, após três dias de perdas e queda acumulada de quase 9% somente neste mês (até o pregão de ontem). O giro de negócios, no entanto, continua bastante fraco, muito abaixo da média do mês - em torno de R$ 5 bilhões- e do ano - cerca de R$ 6 bilhões.
"O investidor estrangeiro continua de fora, o que por um lado pode ser bom, pode tira um pouco do ímpeto de venda do mercado. O problema é que deixa a Bovespa dependente do fluxo local. E os estrangeiros representam um terço, 35% do giro diário", comenta Márcio Cardoso, diretor de operações da corretora Título. "Hoje, a Bolsa subiu bem, não somente por causa dos EUA. Nós vemos muitos papéis atrasados em relação ao seu potencial, como algumas ações de segunda linha, ou ações de empresas mais ligadas ao mercado interno", acrescenta.
O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa, teve ganho de 2,13% e alcançou os 55.519 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,58 bilhões.
As duas ações, responsáveis por mais de 25% do volume total de negócios, valorizaram com força nesta quarta-feira. A ação preferencial da Vale do Rio Doce subiu 4,02%, enquanto o ativo da Petrobras teve alta de 2,95%.
Na Europa, a alta do petróleo contribuiu para as Bolsas de Valores encerrarem os negócios com ganhos. Em Londres, o índice FTSE subiu 1,04%, enquanto o Cac, de Paris, valorizou 0,10%. A exceção foi o mercado alemão, onde o índice Dax cedeu 0,10%. Em Nova York, o mundialmente influente Dow Jones avançou 0,79%.
Dia
Entre as principais notícias do dia, a Associação de Bancos de Hipotecas (MBA, na sigla em inglês) informou que o volume de propostas de hipoteca nos EUA teve ligeira alta de 0,5%, para 421,6 pontos, na semana encerrada no último dia 22. Foi o primeiro aumento em três semanas. Ainda nos EUA, o Departamento de Comércio revelou que o volume de pedidos de bens duráveis aumentou 1,3% em julho, ante uma expectativa de 0,2% da maioria dos analistas de bancos e corretoras. No mês imediatamente anterior, o mesmo índice havia revelado crescimento de 0,8%.
Front doméstico
No front doméstico, o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) apontou deflação de 0,32% em agosto, ante inflação de 1,76% em julho. O mercado financeiro esperava uma deflação de 0,25%. Trata-se do menor índice desde abril de 2006, quando houve deflação de 0,42%.