postado em 27/08/2008 18:35
A América Latina sentirá este ano o efeito da alta dos preços dos alimentos e do petróleo, crescendo apenas 4,7%, um ponto a menos que em 2007, enquanto que, para 2009, as perspectivas são moderadas, e espera-se um crescimento em torno de 4%, de acordo com a Comissão Econômica para Assuntos Econômicos (Cepal).
Em 2008, o país que mais cresceu na região foi, pela primeira vez, o Peru, com uma expansão esperada de 8,3%. O México, por outro lado, crescerá apenas 2,5%, enquanto o Brasil deve expandir seu PIB em 4,8%.
Haiti, Nicarágua e Equador terão resultados bem abaixo da média regional, com um crescimento de 3%. Já Panamá (8%), Uruguai (7,5%), Argentina e Cuba (7%) e Venezuela (6%) terão muito o que comemorar quando 2008 terminar.
A América Latina continua crescendo, apesar da deterioração da economia internacional, e completará em 2008 seis anos de expansão sustentada - período mais extenso de crescimento contínuo na região em quatro décadas, segundo um relatório da Cepal.
"A boa notícia é que a região continua crescendo apesar dos problemas do cenário externo", disse a mexicana Alicia Bárcena, nova secretária-executiva da Cepal, ao apresentar nesta quarta-feira o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2007-2008. "Olhando para o futuro, a região enfrenta alguns riscos, e o principal é a aceleração da inflação", disse Bárcena.
Os preços internos aumentaram em média 16% na América Latina, como conseqüência principalmente de uma alta nos preços dos alimentos e o petróleo.
Esse fator fez com que, em 2007, a inflação interrompesse sua tendência de queda e começasse a subir na região, chagando a 6,5% no ano passado.
Até julho deste ano, o indicador seguia uma tendência de alta, situando-se entre 9 e 10%, de acordo com a Cepal. Para o próximo ano está previsto uma leve queda dos preços, e uma taxa de inflação entre 6 e 7%.
A Cepal estima que o aumento dos preços provocará um aumento na probreza de 2,8 pontos percentuais, passando de 35,1 para 37,9% da população, agregando 15 milhões de novos pobres na América Latina. "Estas cifras equivalem a quase um terço da redução da pobreza registrada na região desde 2002", explicou a secretária-executiva do organismo, subordinado às Nações Unidas.O número total de pobres na região atualmente é de 190 milhões de pessoas.
Além disso, o aumento dos preços levou a maioria dos bancos centrais da região a subir suas taxas de juros ao longo de 2008, o que por si já deve trazer um efeito de redução do PIB regional para o próximo ano.